quarta-feira, junho 27, 2012

Poderão os computadores alguma vez possuir inteligência própria? E significará isso o fim dos empregos?




Poderão os computadores alguma vez possuir inteligência própria?

Esta é uma questão que se tornou mais um facto científico do que ficção científica nos anos mais recentes, e, segundo resultados de uma experiência da Google recentemente anunciados, a resposta pode ser positiva.

Andrew Ng , director do Laboratório de Inteligência Artificial de Stanford, trabalhou em conjunto com os engenheiros do Google X-Lab com o objectivo de criar uma das maiores redes neuronais artificiais do mundo.

A rede era composta por 16.000 processadores de computadores com mais de mil milhões [a billion] de conexões – um "Google Brain," como lhe chamou o New York Times.


O cérebro humano possui entre 10.000.000.000 e 100.000.000.000 (dez mil milhões a cem mil milhões) de neurónios. Estes cooperam e interagem entre si. Estima-se que existem entre 100.000.000.000.000 e 1.000.000.000.000.000 (cem biliões a mil biliões) de conexões entre os neurónios.



A Lei de Moore - A "profecia" feita em 1965 por Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, de que a partir dessa data a potência dos processadores duplicaria a cada 18 meses mantendo-se o custo constante, sobreviveu durante mais de quatro décadas e é válida ainda hoje. A IBM apresentou em 2010 o que era na altura o processador mais rápido do mundo com 1 400 000 000 (1,4 mil milhões) de transístores. Hoje, o GPU da AMD incorpora uns impressionantes 4,3 mil milhões de transístores.

Apesar do ciclo evolutivo dos transístores estar próximo do fim, eles ainda devem continuar a evoluir até aos limites das técnicas de 0.02 mícron, onde cada gate terá o equivalente a apenas um átomo de ouro de largura. Esgotadas as possibilidades dos transístores, restam ainda os chips ópticos, os nanotubos, os processadores quânticos e o que mais poderá surgir pela frente.



Utilizando as mais avançadas técnicas de aprendizagem automática, este cérebro artificial foi capaz de aprender por si próprio o aspecto de um gato, utilizando 10 milhões de imagens extraídas de vídeos do YouTube. Os investigadores ficaram surpreendidos com o resultado da simulação.

"Nunca lhe dissemos durante o treino, 'Isto é um gato,'" afirmou o engenheiro da Google, Jeff Dean, no artigo do New York Times. "A rede basicamente inventou o conceito de um gato. Teremos obtido provavelmente outros conceitos que serão perfis de gatos."

Pelo facto dos vídeos terem sido seleccionados de forma completamente aleatória, os investigadores aperceberam-se que os resultados da simulação demonstraram um dos principais interesses dos humanos na era da Internet.

Cientistas do X Laboratory da Google, o mesmo laboratório reconhecido por experiências inovadoras como os automóveis sem condutor, têm andado a fazer experiências no campo da inteligência artificial e redes neuronais há anos, afirmou Andrew Ng.

"Esta pesquisa representa uma nova geração de ciência computacional que explora os custos cada vez menores da computação e a disponibilidade de enormes conjuntos de computadores interligados em centros de dados gigantescos," escreve John Markoff. "Está a conduzir a avanços significativos em áreas tão diversas como a visão e a percepção pela máquina, o reconhecimento da fala e a tradução linguística."

Esta simulação de reconhecimento de gatos teve uma qualidade muito superior a outras tentativas anteriores, praticamente duplicando a precisão no reconhecimento de objectos difíceis.

Hoje, gatos na Internet – amanhã, quem sabe?



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Em suma

É evidente que por muita capacidade e inteligência que o nosso computador biológico possua, a sua evolução está praticamente estagnada ao passo que a evolução da capacidade e inteligência dos computadores «mecânicos» é exponencial.

Comparando hoje o número de neurónios existente num cérebro humano com o número de transístores de um único processador, vemos que o cérebro tem ainda vinte vezes mais. Mas durante quanto tempo? Décadas? Meia-dúzia de anos? E depois disso?

Em suma, dentro de muito pouco tempo a máquina terá muito mais inteligência e capacidade do que o homem. A produção económica estará toda entregue às máquinas e será o fim do emprego.

Acontece que sem empregos, não haverá salários. Sem salários, não haverá poder de compra. Sem poder de compra, não há vendas. Sem vendas, não há lucro. Sem lucro, não haverá propriedade privada dos meios de produção.


quarta-feira, junho 20, 2012

Loquaz, como é seu timbre, Cavaco Silva felicita a Seleção Nacional



Embora, para o Sr. Silva de Boliqueime, o silêncio seja de ouro,
as pensões que aufere não lhe chegam para as despesas que tem...

Aníbal Cavaco Silva afirmou não ser este o momento mais apropriado para comentar o percurso da selecção nacional, apesar de Portugal já ter alcançado o primeiro objetivo a que se propôs no Euro2012, ao vencer ontem a Holanda por 2-1 e qualificando-se para os quartos de final da prova ao garantir o segundo lugar do Grupo B.

O Presidente da República também não se quis pronunciar acerca da fraca prestação da laranja mecânica, que entrou neste Europeu 2012 como uma das candidatas à vitória final, e que sai sem qualquer ponto somado neste Grupo B.

O PR insistiu nada ter a acrescentar sobre a diferença gritante entre o ataque e a defesa da selecção holandesa, onde o equilíbrio foi coisa que nunca se viu, e sobre a dificuldade de construção de jogo, entre a defesa e o meio-campo e erros crassos de posicionamento na hora de suster os ímpetos atacantes dos portugueses.

Quando questionado sobre a forma como o jogo se desenrolou, com Portugal a demonstrar alguma ansiedade ao início, não conseguindo controlar a posse da bola, mas com uma reacção fantástica a partir dos vinte minutos, vindo a alcançar uma excelente vitória e uma qualificação justíssima, o mais Alto Magistrado da Nação afirmou não ser a altura própria para opinar sobre a atitude em campo da equipa nacional.

Ao ser-lhe perguntado, agora que a selecção nacional vai defrontar a forte equipa da República Checa, que também se qualificou com justiça, quais as nossas possibilidades de chegar às meias-finais, o Sr. Silva de Boliqueime optou por se remeter ao silêncio.


Que esta vontade de virar o jogo incite os pobres, os precários, os desempregados, os assalariados de miséria, os reformados com fome e a população em geral, a unir-se e a esmagar aqueles a quem o actual resultado (e os árbitros) favorece de forma pornográfica.

terça-feira, junho 12, 2012

Depois do Socialismo Científico (URSS e países satélites), seguiu-se o Capitalismo Científico (EUA e países satélites)





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D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, comparou o primeiro-ministro Passos Coelho ao ditador António Oliveira Salazar.

Em declarações à TSF, D. Januário declarou-se “profundamente chocado” com o agradecimento de Passos à paciência dos portugueses, numa intervenção na quarta-feira comemorativa do primeiro aniversário da vitória do PSD nas legislativas de 2011.

"Portugal não tem Governo neste momento, e vão certos senhores dar uma passeata um certo dia a fazer propaganda tipo União Nacional, de não saudosa memória, pelo país a dizer que somos os melhores do mundo", acentuou o bispo. D. Januário Torgal continuou: "Ao fim, ainda aparece um senhor que, pelos vistos, ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo obrigado à profunda resignação de um povo tão dócil e amestrado que merecia estar num jardim zoológico".

O bispo foi, ainda, mais explícito. Retomando os elogios do primeiro-ministro à paciência dos portugueses que, no entender de Passos Coelho, se deve a "uma sociedade que está apostada em vencer as dificuldades e em resgatar o futuro", D. Januário referiu: "Parecia-me que estava a ouvir o discurso de certa pessoa há 50 anos atrás".

Já em declarações ao canal SIC Notícias, o prelado concretizou a comparação, referindo o nome de Oliveira Salazar. Concluindo, D. Januário Torgal Ferreira deixou outra mensagem: "Apetecia-me dizer assim, vamos todos para a rua, não para fazer tumultos, vamos fazer democracia".



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Um rebanho manifesta-se pacifica e inutilmente contra o desemprego,
a precariedade, os baixos salários, a pobreza, a fome e a morte.

As milhentas manifestações pacíficas - inundadas de cartazes, palavras de ordem, canções de protesto e petições (que apenas arrancam sorrisos sarcásticos à Máfia do Poder) – e que, nas palavras do bispo D. Januário Torgal Ferreira, reflectem um povo tão dócil e amestrado que merecia estar num jardim zoológico, são completamente inúteis.



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Há que mandar às malvas a docilidade, a resignação e a paciência, e enfrentar resolutamente as máfias e os seus esbirros que manipulam os cordelinhos do Poder.

Nunca, em lugar algum, a não-violência (ou pacifismo) travou a violência de terceiros mal intencionados. A não-violência só gera mais abuso. Apenas a violência em legítima defesa pode combater a violência criminosa da Máfia do Poder – banqueiros ladrões, políticos corruptos, legisladores a soldo e comentadores-propagandistas venais, etc.

É uma falácia afirmar-se que a violência só traz mais violência. Na esmagadora maioria dos casos, só a violência levada a cabo pelos que têm pelo seu lado a razão, a moral e a [verdadeira] justiça, pode acabar com a violência perpetrada pelos criminosos que usurparam o Poder.

E essa violência de um povo inteiro em legítima defesa deve ser direccionada milimetricamente contra os criminosos. Nada de efeitos colaterais ou de confrontos com a polícia de choque. Nós somos dez milhões – os mafiosos do Poder não passam de algumas de centenas.