segunda-feira, agosto 29, 2011

Quem tem nas mãos o monopólio do poder financeiro mundial?

Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Campany e pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa. O seu automóvel Modelo T revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo.

Em 1918, Ford comprou um pouco conhecido semanário: «The Dearborn Independent». No princípio dos anos 20 este semanário publicou um conjunto de quatro volumes de artigos considerados anti-judaicos, cumulativamente intitulados «O Judeu Internacional» - «The International Jew».

Segue-se um excerto do primeiro artigo [The Dearborn Independent, 22 Maio de 1920]:

Existe no mundo de hoje, ao que tudo indica, uma força financeira centralizada que está a levar a cabo um jogo gigantesco e secretamente organizado, tendo o mundo como tabuleiro e o controlo universal como aposta. As populações dos países civilizados perderam toda a confiança na explicação de que «as condições económicas» são responsáveis por todas as mudanças que ocorrem. Sob a camuflagem da «lei económica» muitíssimos fenómenos foram justificados, os quais não se deveram a nenhuma lei económica a não ser a do desejo egoísta humano operado por meia dúzia de homens que têm o objectivo e o poder de trabalhar a uma vasta escala com nações como vassalas.

Embora qualquer coisa possa ser nacional, hoje ninguém acredita que a finança seja nacional. Ninguém acredita hoje que a finança internacional esteja em competição. Existem algumas instituições bancárias independentes, mas poucas verdadeiramente autónomas. Os grandes senhores, os poucos cujos espíritos abarcam claramente o plano em toda a sua extensão, controlam numerosos bancos e companhias fiduciárias, e um é usado para isto e outro usado para aquilo, mas não existe antagonismo entre eles, não sancionam os métodos uns dos outros, não há competição nos interesses do mundo dos negócios. Existe tanta concordância nas políticas das principais instituições bancárias de cada país como existe nas várias secções do Serviço Postal dos Estados Unidos – e pela mesma razão, são operadas pelas mesmas fontes e com os mesmos objectivos.

Imediatamente antes da Primeira Grande Guerra, a Alemanha comprou maciçamente algodão na América e grandes quantidades desse produto foram exportadas. Quando a Guerra chegou, a propriedade das enormes quantidades de algodão mudou, de um dia para o outro, de nomes Judeus em Hamburgo para nomes Judeus em Londres. Em pouco tempo o algodão começou-se a vender em Inglaterra a um preço inferior ao que era vendido nos Estados Unidos, o que teve como consequência baixar o preço do algodão na América. Quando os preços desceram o suficiente, o algodão foi todo adquirido por compradores já preparados de antemão, e então os preços subiram novamente para valores elevados. Entretanto, os mesmos poderes que tinham engendrado o, aparentemente sem motivo, fortalecimento e enfraquecimento do mercado do algodão, utilizaram a Alemanha como fonte de mão-de-obra barata. Alguns grupos controlam o algodão, emprestam-no à Alemanha para ser manufacturado, deixam lá uma pequena quantidade como pagamento pelo trabalho utilizado, e depois lucram na totalidade do mundo com a mentira de que o "algodão está escasso". E quando, refazendo o percurso de todos estes métodos anti-sociais e extraordinariamente injustos até à sua fonte, e se chega à conclusão que todas as partes responsáveis têm todas uma característica comum, será de espantar que o aviso vindo do outro lado do mar – "Esperem até a América despertar para a realidade Judia" – tem um novo significado?

Certamente, as razões económicas já não conseguem explicar as condições em que o mundo se encontra hoje em dia. Nem sequer a explicação usual da "crueldade do capital". O capital tem-se esforçado como nunca para ir ao encontro das exigências do trabalho, e o trabalho chegou ao extremo de obrigar o capital a novas concessões – mas qual é a vantagem para cada um deles? O trabalho tem até agora acreditado que o capital era o céu por cima dele, e tem feito o céu recuar, mas vejam, existe um céu ainda mais alto que nem o capital nem o trabalho se deram conta nas suas lutas um com o outro. Esse céu ainda não recuou até agora.

Aquilo a que chamamos capital aqui na América é normalmente dinheiro usado na produção, e referimo-nos de forma errada ao fabricante, ao gerente do trabalho, ao fornecedor de ferramentas e empregos – referimo-nos a ele como o “capitalista”. Mas não. Ele não é o capitalista no verdadeiro sentido do termo. Porque, ele próprio tem de ir ao capitalista pedir o dinheiro que precisa para financiar os seus projectos. Existe um poder acima dele – um poder que o trata muito mais duramente e o controla de uma maneira mais implacável que ele alguma vez se atreveria a fazer com o trabalho. Essa, na verdade, é uma das tragédias dos nossos tempos, que o "trabalho" e o "capital" lutem um com o outro, quando as condições contra as quais cada um deles protesta, e com as quais cada um deles sofre, não está ao seu alcance o poder para o remediar, a não ser que arranjassem uma forma de arrancar à força o controlo mundial de um grupo de financeiros internacionais que forjam e controlam estas condições.

Existe um super-capitalismo que é totalmente sustentado pela ficção de que o ouro é riqueza. Existe um super-governo que não é aliado de governo nenhum, que é independente de todos eles, e que, no entanto, tem as suas mãos em todos eles. Existe uma raça, uma parte da humanidade, que ainda nunca foi recebida como uma parte bem-vinda, e que teve sucesso em alcandorar-se a um lugar de poder que a mais orgulhosa raça de gentios nunca reivindicou – nem sequer em Roma nos tempos do seu mais poder orgulhoso. Há uma convicção crescente nos homens de todo o mundo de que a questão laboral, a questão dos salários e a questão da terra não pode ser solucionada antes deste assunto de um governo super-capitalista internacional estar resolvido.

"Os despojos pertencem ao vencedor" diz um velho ditado. E, de certo modo, é verdade que se todo este poder de controlo foi adquirido e mantido por uns poucos homens de raça judia, então ou eles são super-homens contra quem é inútil resistir, ou são homens comuns a quem o resto do mundo tem permitido obter um grau de poder indevido e perigoso. A não ser que os Judeus sejam super-homens, os Gentios devem culpar-se a si mesmos pelo que tem sucedido, e devem procurar uma rectificação com uma análise da situação e um exame justo das experiências de outros países.


O que é que poderá ter levado a um homem como Henry Ford a acreditar na existência de uma conspiração mundial Judaica? Ford culpou os financeiros Judeus por terem fomentado a Primeira Guerra Mundial. Contratou ex-investigadores de serviços de informações militares para juntarem provas que provassem que os Judeus controlavam a finança mundial, que organizações Judaicas manipulavam a diplomacia para causar guerras que matavam cristãos e que enriqueciam os Judeus, etc.

Curiosamente, Eça de Queirós, quarenta anos antes de Henry Ford, sugere também uma suspeita de conspiração Judaica ao mais alto nível:


Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882


O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»



Comentário:

Tudo isto nos leva a pensar duas vezes nas palavras do senador e candidato a presidente norte-americano Barry Morris Goldwater (1909 – 1998) - (Barry Goldwater, With No Apologies, page 231):

"Uma organização em mãos privadas, a Reserva Federal (banco central norte-americano) não tem nada a ver com os Estados Unidos."

"A maior parte dos americanos não compreende de todo a actividade dos agiotas internacionais. Os banqueiros preferem assim. Nós reconhecemos de uma forma bastante vaga que os Rothschildse e os Warburgs da Europa e as casas de J. P. Morgan, Kuhn, Loeb e Companhia, Schiff, Lehman e Rockefeller possuem e controlam uma imensa riqueza. A forma como adquiriram este enorme poder financeiro e o empregam é um mistério para a maior parte de nós. Os banqueiros internacionais ganham dinheiro concedendo crédito aos governos. Quanto maior a dívida do Estado político, maiores são os juros recebidos pelos credores. Os bancos nacionais da Europa são na realidade possuídos e controlados por interesses privados."

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quarta-feira, agosto 24, 2011

Congressista Jerry Voorhis - O Banco Central Americano (o FED) é 100% privado e cobra juros pelo dinheiro que "empresta" ao Governo dos EUA

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De Wikipedia:

Horace Jeremiah "Jerry" Voorhis (1901 – 1984) foi um político Democrata da Califórnia. Serviu durante cinco mandatos na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Foi o primeiro oponente político de Richard Nixon, que o derrotou na reeleição em 1946 em que Voorhis foi citado como um exemplo de «red-baiting», táctica usada por Nixon que consiste em acusar alguém de ser demasiado esquerdista com o objectivo de o desacreditar.

Em dez anos no Congresso, Voorhis foi um apoiante leal do New Deal. O maior feito legislativo de Voorhis foi a Voorhis Act de 1940, que obrigava ao registo de certas organizações controladas por poderes estrangeiros.

Numa carreira de escritor que se estendeu por meio século, Voorhis escreveu vários livros, e trabalhou durante quase vinte anos a seguir à sua derrota com Nixon como executivo no movimento cooperativo.



Excerto de - Jerry Voorhis, The Strange Case of Richard Milhous Nixon, 1973

THE FEDERAL RESERVE


[Tradução minha]

A Constituição dos Estados Unidos diz: "O Congresso terá o poder de criar moeda e regular o seu valor." O Congresso não faz tal coisa, o que constitui o cerne dos nossos problemas. Os bancos privados criam o nosso dinheiro e regulam o seu valor. Ao fazê-lo, eles retiram ao governo e ao povo dos Estados Unidos uma boa parte da soberania, uma boa parte do poder de cobrar impostos, e a chave para uma economia próspera sem inflação.

Por exemplo, ao testemunhar perante a Comissão de Banca e Moeda da Câmara dos Representantes, em 1935, Marriner Eccles, então Presidente do Conselho da Reserva Federal, disse: "Ao comprar emissões de títulos do tesouro, o sistema bancário como um todo cria dinheiro novo, ou depósitos bancários. Quando os bancos compram mil milhões de dólares de títulos do tesouro tal como são emitidos – e tem de se considerar o sistema bancário como um todo, como uma unidade – os bancos creditam a conta de depósitos do Ministério das Finanças em mil milhões de dólares; ou criam, na realidade, através de um movimento contabilístico, mil milhões de dólares."

O depoimento do Sr. Eccles é tão verdadeiro hoje como era na altura em que o fez. Eis como funciona: O sistema de banca privada do nosso país cria o nosso dinheiro sob a forma de depósitos à ordem nos livros bancários. O motivo pelo qual pode fazer isto é porque a nenhum banco é exigido que possua nos seus cofres nada que se pareça com a quantidade de dinheiro que os seus depositantes pensam que eles têm nos bancos.

Aos bancos é apenas exigido pelo Sistema de Reserva Federal (Banco Central Americano), ao qual os bancos pertencem seguramente, que tenham nos seus cofres qualquer coisa entre um dólar e um dólar e meio por cada dez dólares em depósitos à ordem nos seus livros. Portanto, por cada dólar ou dólar e meio que as pessoas – ou o governo – depositam num banco, o sistema bancário pode criar a partir do nada (out of thin air) e com um rabisco de caneta cerca de dez dólares de dinheiro em livros de cheques ou depósitos à ordem. Pode emprestar e colocar em circulação os dez dólares desde que possua um dólar ou pouco mais para o apoiar.

Isto é, evidentemente, o "sistema de reservas fraccionais" bancário. É mais ou menos controlado pelo Sistema de Reserva Federal, cujas únicas acções são propriedade dos bancos privados do Sistema de Reserva Federal. Nem uma única dessas acções é propriedade do governo ou do povo dos Estados Unidos, embora, se o termo "soberania nacional" tivesse algum significado, estes bancos emissores deveriam ser propriedade da nação.

Mas o que é que realmente acontece quando o nosso governo incorre em défice financeiro? A forma mais óbvia pela qual o governo pode colocar mais poder de compra nas mãos das pessoas é pondo ele mesmo mais dinheiro em circulação do que aquele que vai buscar em impostos. A tragédia é que, até agora, a única forma que o nosso governo arranjou para gastar mais dinheiro do que recebe (por impostos) é forçando esta nação soberana a pedir emprestado o seu próprio crédito de fontes privadas.

Isto tem sido verdadeiro, não obstante o facto de que se o défice financeiro cumprisse o seu objectivo iria aumentar a produção e o comércio, expandia as receitas fiscais e alargarva a base de crédito governamental.

Na medida em que os títulos do tesouro são vendidos a dinheiro a indivíduos ou a compradores institucionais que não os bancos, o governo está a retirar de circulação aproximadamente tantos dólares como os que repõe quando gasta o dinheiro.

Para atingir este propósito, o défice financeiro deve resultar na criação de dinheiro novo, e na sua utilização para aumentar o poder de compra. Só se isto acontecer é que se dará o estímulo para as fábricas paradas voltarem à laboração, ou para a criação de mais emprego.

Nestas circunstâncias o que tem de acontecer é que o crédito desta grande nação deve partir directamente do governo – sem entrar em dívidas imoderadas.

Já que o crédito desta e de qualquer nação resulta honestamente da produção de riqueza da nação somada ao poder do governo de cobrar impostos. Uma nação como a dos Estados Unidos possui portanto uma quase ilimitada quantidade de crédito. Se não fosse assim não teria conseguido persuadir investidores a comprar 480 mil milhões de obrigações governamentais.

Para qualquer percentagem pode ser previsto que a produção e, por conseguinte, potenciais receitas fiscais irão aumentar em resultado do aumento do défice, equivalente ao aumento do mesmo volume de crédito da nação e do seu Governo. Esta percentagem do volume de crédito do dinheiro previamente em circulação deve aparecer nos livros do Ministério das Finanças como uma entrada de crédito tal como as receitas fiscais. Para que seja apenas contabilidade racional e adequada. Seria também contabilidade moralmente correcta. E daria algum sentido à ideia do Sr. Nixon de "um orçamento para o pleno emprego".

Mas não é nada disto que acontece. Em vez disso, o governo soberano dos Estados Unidos vai, com o chapéu na mão, ao sistema de bancos privados e pede-lhe para criar o dinheiro novo que a economia precisa. O governo dá – esta palavra é usada deliberadamente – dá ao sistema bancário, incluindo os bancos da Reserva Federal, obrigações do Governo, a dívida de todas as pessoas. Obrigações com juros, ou seja, obrigações com a maior taxa de juro sob o regime actual que os bancos decidam pedir. De outra forma os bancos não compram as obrigações. Os bancos "compram" as obrigações com entradas em depósitos à ordem criados nesse momento nos seus livros – nada mais. É a árvore (escriturada) das patacas e muito mais inflacionária do que o mesmo número de notas de dólar criadas pelo Governo. Os depósitos que os bancos criam e graças aos quais se tornam os donos das dívidas das pessoas são apoiados por nada, excepto pelas próprias obrigações! Por outras palavras, são apoiadas pelo crédito do povo americano.

O que o governo pediu "emprestado" aos bancos, e sobre o qual o povo terá de pagar juros durante anos, não é mais nem menos do que o crédito da nação, o qual, obviamente, a nação possuía à partida ou as obrigações não teriam valor nenhum!

Finalmente, há poucos anos a Reserva Federal reconheceu tacitamente estes factos. Como resultado directo da lógica e implacável agitação de membros do Congresso, liderados pelo Congressista Wright Patman assim como outros especialistas em política monetária, a Reserva Federal começou a pagar às finanças dos Estados Unidos uma parte considerável dos seus ganhos em juros das obrigações governamentais. Isto foi consumado sem comunicação pública e poucas pessoas, ainda hoje, sabem que está a acontecer. Isto foi feito, muito obviamente, como reconhecimento de que os Bancos da Reserva Federal estavam a agir por um lado como um banco nacional de emissão, criando o dinheiro da nação, mas por outro lado cobrando o juro da nação a seu favor – o que nenhum banco nacional emissor, de modo concebível ou de alguma forma justa, se atreveria a fazer.

Mas isto é apenas parte da história. E a menos desencorajadora. Porque no que aos bancos comerciais diz respeito, não existe reembolso do dinheiro do povo.

Quando os bancos comerciais criam dinheiro, o que fazem quando adquirem obrigações do governo, eles impões um imposto sobre todas as pessoas dos Estados Unidos. Isto é assim porque cada novo dólar que é criado faz com que cada dólar que já existe valha um pouco menos do que valia antes. É este o verdadeiro cerne da inflação.

É também cobrança de impostos sem representação mais violenta. Até este sistema ser mudado, a nossa dívida continuará a disparar sem limite e a fixação de tectos para a dívida pelo Congresso continuará a ser um exercício absolutamente fútil.



O que é que tem de ser feito?


Os bancos têm de emprestar dinheiro existente. Mas, tal como a Constituição claramente exige, o dinheiro (ou crédito) da nação nunca deveria ser criado por nenhuma agência bancária, mas antes uma agência da própria nação. É dever do Congresso estabelecer isto por um estatuto cuidadosamente delineado.

As obrigações que estão nos Bancos da Reserva Federal deveriam ser adquiridas pelo governo aos seus actuais proprietários - os bancos privados. A Reserva Federal tornar-se-ia então o nosso banco nacional emissor. Deveria criar Crédito Bancário como faz agora. Mas esse crédito devia ser creditado ao Ministério das Finanças dos Estados Unidos, e não cobrado às pessoas como dívida. Esse novo crédito devia ser criado todos os anos à medida que fosse necessário para manter a nossa economia a funcionar ou próximo disso – e não mais do que isso. Um nível estável dos preços pode resultar. Então, e só então, podemos esperar ultrapassar recessões, pôr as pessoas a trabalhar, e fazê-lo sem o risco da inflação e da dívida sempre crescente da qual não há saída sob o actual sistema monetário.




Excerto de - Jerry Voorhis, Beyond Victory, 1944

Como nacionalizar o crédito


O Congresso deveria tomar medidas para a compra governamental das acções dos 12 bancos centrais da Reserva Federal dos bancos membros que hoje possuem esse capital. Isto custaria 144 milhões de dólares em números redondos, e corrigiria a actual situação anómala de um banco emissor em mãos privadas. Os Bancos da Reserva Federal poderiam então criar dinheiro sob a forma de entradas de crédito do Banco da Reserva Federal nos seus livros contabilísticos como fazem agora. Uma "Conta de Crédito Nacional" (em contraste com a actual dívida nacional) podia ser estabelecida nos livros do banco central a favor do Ministério das Finanças dos Estados Unidos. A esse montante seriam creditados todos os anos os montantes de recentemente criado "crédito do Reserve Bank" que forneceria um aumento no poder de compra necessário para manter estável a balança económica e o nível dos preços estáveis.

O Ministério das Finanças passaria cheques sobre essa conta e procederia aos pagamentos a quem o governo devesse dinheiro, acrescentando, desta forma, esse dinheiro ao poder de compra. Assim, toda a nação tiraria partido da oferta de dinheiro adicional cujo próprio crescimento tornou necessário. Não haveria lugar a juros, mas apenas uma transacção contabilística entre duas agências públicas. Se houvesse ameaça de inflação e fosse desejável reduzir o volume de dinheiro em circulação, o processo poderia ser revertido e o Ministério das Finanças podia transferir uma parte das suas receitas fiscais para os bancos centrais para anulação e retirada de dinheiro para recuperar a estabilidade.



Comentário:

Não obstante os esforços do congressista Jerry Voorhis e de tantos outros, os banqueiros mantêm, majestática e impunemente, o seu monopólio de criação de dinheiro:


No princípio dos anos 1930, os banqueiros, a única fonte de dinheiro e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, lojas e quintas. Contudo, os pagamentos dos empréstimos existentes foram exigidos, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. Existiam bens para serem vendidos, empregos para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.

Por este esquema simples a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas de milhar de quintas, casas e empresas. Às pessoas era dito que "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro era pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus pertences, das suas poupanças e da sua propriedade.

Dado que hoje voltamos a entrar em «recessão», que nada mais é que uma repetição dos anos 1930, em que os banqueiros retiram dinheiro de circulação para paralisar a economia e apoderarem-se a preços de saldo dos bens dos cidadãos e empresas, e sabendo que jornalistas e políticos são meros funcionários bancários, talvez não fosse pior trocar a inofensiva arma do voto por algo mais assertivo:


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terça-feira, agosto 23, 2011

D. José Policarpo – A prova de como o Poder Eclesiástico, tal como os Poderes Político e Mediático, está a soldo do Poder Financeiro

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20.08.2011 - O Cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, referiu-se com dureza contra "grupos de classe", entre eles os sindicatos, que põem os interesses individuais à frente do interesse nacional quando fazem reivindicações contra as medidas impostas pela troika.


O Cardeal Patriarca, D. José Policarpo


Ao D. José Policarpo, mais valera que, na sua infinita misericórdia, Deus o levasse rapidamente para junto de si, ou, não sendo isso possível, que o prelado seja despachado (física e espiritualmente) por aqueles com salários de fome, pelos desempregados, pelos precários, pelos pensionistas de miséria, pelos pobres, etc...


Correio da Manhã – 21.08.2011

... D. José Policarpo não esqueceu os tempos difíceis que o País vive e, na homilia da missa que celebrou no pavilhão a que dá o nome, criticou os grupos que preferem defender "o nós individual" em vez do "nós grupal".

"Está a fazer-me muita confusão ver neste anúncio das medidas difíceis que até nos foram impostas por quem nos emprestou dinheiro que os grupos estejam a fazer reivindicações grupais, de classe. Não gosto", desabafou o prelado, perante 800 pessoas. O Cardeal-patriarca não concretizou as críticas, mas ter-se-á referido a sindicatos e outras organizações que respondem com ameaças de greve contra as medidas de austeridade impostas pela troika e concretizadas pelo Governo. Para D. José Policarpo, Portugal tem de ultrapassar este momento "em diálogo com os outros países, mas, sobretudo, dando as mãos procurando o bem de Portugal e não o bem de cada grupo, de cada pessoa". "Todos somos chamados a vencer o egoísmo, a pensar no nós e não no eu", reforçou o prelado.


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Abaixo, as declarações sobre este assunto de Nuno Magalhães, um simpático moçoilo do CDS, a quem, se eu tivesse a fortuna de dar de caras com ele, não desdenharia em espetar-lhe dois valentes chapadões e um grandessíssimo pontapé nos tomates.


Nuno Magalhães, Líder parlamentar do CDS, sobre o apelo de D. José Policarpo contra as reivindicações "de classe":


Correio da Manhã – 22.08.2011

Correio da Manhã – O apelo de D. José Policarpo à paz social é dirigido aos sindicatos?

Nuno Magalhães – Não faria uma segunda interpretação. É um apelo do sr. Cardeal-patriarca, sem pôr em causa formas de protesto que estão consignadas na Constituição, para que não ocorram em Portugal formas de protesto que nós vimos noutros países e que se tornam parte do problema e não da solução.

– Concorda com o apelo...

– Eu creio que este apelo do sr. Cardeal-patriarca, é um apelo que revela um enorme bom senso, noção das dificuldades, mas ao mesmo tempo é uma mensagem de esperança, o que é muito importante. Demonstra uma consciência social e patriótica.

– A paz social está em risco com as medidas da troika?

– Não me parece. A verdade é que aquilo a que temos assistido em Portugal são protestos ordeiros, que nada têm a ver com o que se viu noutros países, perante medidas que são difíceis mas que têm de ser adoptadas. Comungo da esperança do sr. Cardeal-patriarca na necessidade de um esforço conjunto para sairmos da crise.



Comentário de um leitor do Correio da Manhã

"D. Policarpo para o bem de dos explorados e aos olhos de Deus, perdeu uma oportunidade de ouro para estar calado. O seu silêncio já era suficiente para sabermos de que lado estava. É por estas e por outras, que já não convencem".

Por Catita
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terça-feira, agosto 16, 2011

Antes de avançar pelo corte cego na gordura do Estado, os cidadãos devem enérgica e urgentemente extirpar a gordura da Banca

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Um vislumbre repugnante de gordura acumulada pela Banca, que resultou dos juros dos empréstimos para as "obras públicas", corruptas, faraónicas e inúteis, que políticos subservientes tiveram a simpatia de mandar executar.



Num artigo de Fernando Madrinha, no Jornal Expresso de 01-09-2007, há três frases que nos explicam em que zonas do "tecido económico" se está a dar a acumulação das gorduras:

a) Os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral.

b) A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.

c) Os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles.


E a somar às declarações de Fernando Madrinha, são cada vezes mais os que se questionam porque razão, dos 78 mil milhões de euros que a Troika nos emprestou a juros agiotas (de quase 6%), o Governo deu aos bancos 12 mil milhões de euros para a sua "recapitalização", e ainda lhes ofereceu mais 35 mil milhões de euros em garantias para que estes possam emitir dívida para se "financiarem".




sexta-feira, agosto 12, 2011

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, teve um encontro casual com alguns populares pouco satisfeitos com a subida generalizada dos preços

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O ministro das Finanças, Vítor Gaspar


Não, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, não sofreu um desastre de mota. Tudo não passou de uma acalorada troca de pontos de vista entre o ministro e alguns elementos de uma população cujo descontentamento parece aumentar a cada hora que passa.


Num fortuito rendezvous de alguns populares com o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, aqueles deram conta ao governante do seu desagrado com a sobretaxa de IRS sobre salários e pensões, paga por trabalhadores dependentes, independentes e pensionistas, e que abrange 1,7 milhões de contribuintes. Foi também expresso ao ministro o desconforto com a sobretaxa que vai cortar metade do subsídio de Natal das famílias, o aumento de 15% nos transportes públicos, o aumento da taxa do IVA de 6% para 23% no gás e na electricidade, os cortes nos reembolsos na saúde, o fim de muitas comparticipações que vão afectar mais de um milhão de pessoas, e o aumento do IVA de 13% para 23% no sector da restauração (cafés e restaurantes) e que levará a 120 mil despedimentos, bem como várias outras minudências...

E a gente boa perguntou ainda ao ministro porque razão, dos 78 mil milhões de euros, que a Troika nos emprestou a juros agiotas (de quase 6%), foram dados aos bancos 12 mil milhões de euros para a sua "recapitalização", e oferecidos 35 mil milhões de euros em garantias aos bancos para que estes possam emitir dívida que lhes permita "financiarem-se".

Malheureusement, em face das respostas atabalhoadas do ministro das Finanças, os ânimos ter-se-ão exaltado un petit peu...
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segunda-feira, agosto 08, 2011

A questão é simples: ou eliminamos os parasitas da Banca e os seus sequazes na Política e nos Media, ou assistimos impávidos à agonia de um povo inteiro a ser empurrado para a miséria

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O Embuste da Democracia Representativa



As pessoas que têm votado nos três partidos do «Arco do Poder» - PSD, PS e CDS - podem dividir-se em quatro grandes grupos:

1Os Desinformados: aqueles que, por acção de doses cavalares de propaganda injectada pelos meios de comunicação social a favor do Grande Dinheiro, desconhecem a natureza danosa e encapotada desses partidos, e confiam na bondade das suas políticas para a resolução dos problemas das pessoas e do país.

2Os Estúpidos: aqueles que, embora tendo acesso a informação mais fidedigna, que, salvo raras excepções, só pode ser encontrada na Internet, não têm os dedos de testa suficientes para a compreender e saber retirar as devidas conclusões, continuando a perseverar nas "opções políticas dos partidos com credibilidade", e engolindo devotamente o vomitado que é diariamente expelido pelos jornais e telejornais.
(Mário Soares, no Programa "Prós e Contras", tendo-lhe fugido a boca para a verdade, asseverou que toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, grupos económicos, e que os jornalistas apenas dizem e escrevem o que lhes mandam).

3Os Hipócritas: aqueles que, porque possuem ou julgam possuir uma condição económica relativamente desafogada, não se importam de ver cair milhões dos seus semelhantes no desemprego, na miséria e na fome, na esperança de que se mantenha a "estabilidade política e social" que não ameace o seu modus vivendi.
Mas estão redondamente enganados – o aumento substancial da pobreza fará disparar o crime, e os hipócritas, graças ao seu desafogo económico difícil de escamotear, acabarão por ser as suas principais vítimas.

4Os Beneficiários: aqueles que têm alguma coisa a ganhar com a vitória destes partidos – uma promoção, um tacho, uma pensão, um contrato de fornecimento, uma adjudicação, etc.


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Num artigo de Fernando Madrinha, no Jornal Expresso de 01.09.2007, há três frases que nos chamam particularmente a atenção:

a) Os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral.

b) A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.

c) Os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles.




O que Fernando Madrinha afirma, de forma tão categórica, é que os políticos, que "nós, de boa fé, elegemos para nos governar", estão unicamente a soldo do Grande Dinheiro, e que todas as medidas que tomam se destinam à exclusiva engorda dos bancos, mesmo que, para tal, tenham de colocar na miséria a esmagadora maioria da população do país.

Para travar este programa hediondo, calculado friamente e a ser cumprido a todo o gás, que promete enviar metodicamente milhões de pessoas para os abismos da pobreza, há que começar a dar caça resolutamente a essa escumalha verminosa e parasita - a escória mais pútrida do planeta, constituída por banqueiros e pelos seus lacaios na política e nos media.

Procuremo-los nos seus gabinetes, na rua, no café, na praia ou no barbeiro, e liquidemo-los. É canalha imunda que não merece clemência. Não estamos a falar de meros vigaristas – trata-se de genocidas profissionais!


A escória mais pútrida, mais parasita e mais assassina do planeta


Nas muitas manifestções que têm acontecido por todas as grandes cidades de Espanha, os "Indignados" espanhóis, referindo-se aos actuais sistemas "democráticos representativos", gritam revoltados a plenos pulmões:

«Chamam-lhe democracia e não o é»

«Eles [os políticos] não nos representam»


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"Oficialmente", os resultados das eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 deram uma percentagem de 38,6% dos votos ao PSD, 20% ao PS e 11,7% ao CDS. Donde resulta uma maioria relativa do PSD e uma maioria absoluta da coligação PSD + CDS. O que leva a que os membros do Governo anunciem pomposamente que a maioria dos portugueses lhes deu o seu voto e lhes avalizou as políticas criminosas.

Mas a Não Valoração da Abstenção é uma fraude política. De um universo de aproximadamente nove milhões e seiscentos mil eleitores, cerca de quatro milhões abstiveram-se, ou seja, 42% não participaram nesta burla da "Democracia Representativa".

Tomando em consideração a abstenção, os votos somados do PSD + CDS representam apenas 29,2%. E a soma dos votos dos PSD + PS + CDS, os três partidos do "Arco do Poder", totalizam 45,5%, menos de metade dos eleitores. Se a este valor retirarmos a maior parte dos votos dos Desinformados e dos Estúpidos...

Segue-se um gráfico com os verdadeiros resultados das últimas eleições:


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terça-feira, agosto 02, 2011

Jon Stewart entrevista o editor da revista "Time", Fareed Zakaria. Este especialista americano em filosofia política afirma que o avanço tecnológico está a destruir os empregos e a conduzir as pessoas à miséria

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Fareed Zakaria: Os trabalhadores têm de enfrentar a força da tecnologia, ou seja, as máquinas podem fazer o que antes era feito por pessoas.

Já lá vão uns anos, postei uma entrevista de Jon Stewart a Fareed Zakaria, editor da revista "Time". O neoliberalismo da blogosfera exultou, sobretudo a rapaziada do blogue Blasfémias. Contudo, Fareed Zakaria tem vindo, pé ante pé, a mudar de opinião...

VÍDEO legendado em português:


Jon Stewart tem por convidado Fareed Zakaria, apresentador de "GPS", na CNN e editor da revista "Time" que vem apresentar o seu ultimo trabalho e best-seller, o livro "The Post - American World".


Jon Stewart: Quero falar da nossa Economia em relação ao exterior. Perdemos o comboio? Continuamos a ser a superpotência económica que já fomos?


Fareed Zakaria: Ainda somos, de longe, a maior economia mundial, mas, neste momento, há uma grande diferença na Economia. As empresas americanas estão a sair-se lindamente. Têm acesso a capital barato, conseguem mão-de-obra barata em várias partes do mundo e têm tecnologia de ponta. O índice S&P 500 está óptimo, o mercado bolsista subiu 85%. Porém, o futuro do trabalhador médio Americano é muito diferente. Essas pessoas estão limitadas aos EUA, não têm poder de alcance, há dez anos que não há aumentos.


Jon Stewart: O capital é móvel, mas as pessoas…


Fareed Zakaria: Exactamente. Por isso, os trabalhadores têm de enfrentar a força da tecnologia, ou seja, as máquinas podem fazer o que antes era feito por pessoas. Já há programas informáticos que podem fazer coisas que só os advogados podiam.


Jon Stewart: O que podem os advogados fazer que os computadores não possam?


Fareed Zakaria: Mas o outro aspecto é que é possível produzir coisas em qualquer parte do mundo. Juntamos a tecnologia e a globalização, e temos uma situação muto difícil para o trabalhador americano. Se olharmos para o mercado de trabalho americano, neste momento, temos oficialmente sete milhões de desempregados, mas, se juntarmos todas as pessoas que deixaram de procurar trabalho e as que têm empregos a tempo parcial, que pagam metade do salário médio, temos 24 milhões de pessoas nos EUA com empregos precários ou que estão desempregadas. E esses números estão a piorar. Se olharmos para o orçamento, prevê a criação de 20 milhões de empregos nos próximos dez anos.


Jon Stewart: Ouvimos falar de emprego para aqui e para ali, da Economia… Mas não consigo apontar nada que alguém tenha feito para melhorar esta situação e, neste momento, só oiço falar do plano republicano de que temos de melhorar as condições para as empresas. Porém, acho um disparate achar que podemos criar para as empresas condições de competitividade como na Índia ou na China. Os americanos não vão viver, nem devem, como esses trabalhadores. Conquistámos o estatuto de classe média, e não sei… De que forma conseguimos isso favorecendo mais as empresas? Não podemos competir com esse sistema.


Fareed Zakaria: A curto prazo, não, sem dúvida. A curto prazo, se cortarmos despesa, o que vai fazer-se é despedir professores, despedir bombeiros, despedir polícias. Por mais que se pense nos efeitos a longo prazo desses cortes, ou seja, que se conseguirá um Estado menos despesista, a curto prazo, iremos ter mais pessoas desempregadas, menos pessoas com poder de compra, menos pessoas a ir comer fora e a contribuir para a Economia. O ideal - e é uma das coisas de que falo no meu livro...


Se pensarmos em Silicon Valley. Esta resulta de de um excelente sistema educativo público, com os excelentes campus de universidades da Califórnia, um excelente sistema educativo público. Foi criado devido à procura de engenheiros pelo departamento de Defesa, a Lockeed. Todas essas empresas. O Governo americano costumava comprar todos os chips que eram lá fabricados.


Jon Stewart: Estás a dizer que o segredo é a Educação e a Guerra. Se pudermos continuar a desencadear guerras mundiais e duplicar os gastos em formação, podemos resolver este problema.


Fareed Zakaria: As guerras mundiais são muito úteis. As pequenas guerras não ajudam o suficiente. Depois é preciso destruir a concorrência. Foi a grande vantagem da II Guerra Mundial. Arrasou-se com a concorrência, nós ficámos por cima... é o plano Stewart-Zakaria.


Jon Stewart: Não sei porque é que ninguém se apresenta com essa ideia – América, vamos arrasar com vocês…


Fareed Zakaria: E depois vendemos-vos coisas.


Jon Stewart: E depois, vendemos-vos o que precisam para a reconstrução...

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