domingo, janeiro 31, 2010

David Cole, um judeu que fez um documentário sobre Auschwitz e expôs a fraude das câmaras de gás

David Cole


Em 1992, David Cole, um jovem judeu, visita Auschwitz para obter uma perspectiva em primeira mão daquilo a que se chamou a «Solução Final». Neste documento em vídeo, David Cole efectua uma visita guiada pelo suposto «Campo de Extermínio» na Polónia, entra na «Câmara de Gás», e entrevista o Dr. Franciszek Piper, director do museu de Auschwitz.

David Cole procede a uma comparação sobre o que descobriu nesta visita e aquilo que nos é ensinado em livros, filmes e declarações sobre o Holocausto, analisa as provas físicas que existem de facto sobre as supostas «Câmaras de Gás» e outras atrocidades nazis, e também a credibilidade das fontes que proporcionaram tais provas.


sexta-feira, janeiro 29, 2010

Ao assinalarem-se os 65 anos da libertação de Auschwitz, continua a gerar alguma estranheza a piscina de Auschwitz e a sala de duches de Dachau

A «falsa» piscina de Auschwitz



Marc Klein, professor de medicina na universidade de Estrasburgo e ex-prisioneiro em Auschwitz, menciona por duas vezes a piscina de Auschwitz (que ainda hoje existe) nas suas recordações desse campo de concentração em 1947. Num artigo intitulado «Auschwitz I, Campo de Concentração» [Auschwitz I Stammlager] (De l'Universitè aux camps de concentration: Telmoignages strasbourgeois, Paris, les Belles-lettres, 1947, p. 453), Klein escreveu:

"As horas de trabalho eram alteradas aos Domingos e feriados, quando a maior parte dos kommandos [de trabalho] tinham tempo livre. A chamada era feita por volta do meio-dia; as tardes eram dedicadas ao descanso e à escolha de actividades culturais e desportivas. Partidas de futebol, basquetebol e pólo aquático, numa piscina ao ar livre dentro do recinto dos prisioneiros, atraíam multidões de espectadores. Deve-se realçar que apenas os prisioneiros que estivessem em boa forma e bem alimentados, dispensados dos trabalhos mais duros, podiam participar neste jogos que recebiam os mais vigorosas aplausos dos outros prisioneiros".


Ao lado da piscina em Auschwitz I, encontra-se uma tabuleta com uma indicação em polaco, inglês e hebreu, um alerta com a intenção de lembrar ao visitante que a piscina era de facto um simples reservatório de água para os bombeiros. Diz o seguinte:

"Reservatório de água dos bombeiros construído sob a forma de uma piscina, provavelmente no princípio de 1944" [Fire brigade reservoir built in the form of a swimming pool, probably in early 1944].



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A «falsa» sala de chuveiros de Dachau

De 1945 a 1960 os meios de comunicação e os tribunais Aliados afirmaram que câmaras de gás homicidas tinham sido usadas em Dachau, Mauthausen e Hartheim. Aparentemente, não existiam falta de provas desse facto. Foi particularmente chamada a atenção para a "câmara de gás" de Dachau e para as suas vítimas.

Um dos dias mais decisivos do julgamento de Nuremberga foi aquele no qual a acusação exibiu um filme sobre os campos de concentração alemães. O horror supremo chegou com a "câmara de gás" de Dachau. O orador explicou o funcionamento do dispositivo que supostamente gaseou "provavelmente 100 pessoas de cada vez". É difícil exagerar o quanto a exibição desse filme influenciou a imaginação das pessoas, incluindo a maior parte dos acusados alemães. É provável que a exibição do filme em Nuremberga tenha sido um dos eventos que mais ajudaram a incitar a opinião pública contra os alemães.


Hoje, qualquer visitante da "câmara de gás" de Dachau pode ler num painel a seguinte frase em cinco línguas diferentes:


CÂMARA DE GÁS – disfarçada de "sala de chuveiros"
nunca foi usada como câmara de gás


A fotografia deste painel pode ser observada no site de "The Holocaust History Project" [O Projecto de História de Holocausto].



Comentário

Porque terão os nazis construído uma câmara de gás em Dachau, disfarçando-a de sala de chuveiros e nunca a tendo utilizado como câmara de gás?

E porque terão os nazis construído um reservatório de água para os bombeiros em Auschwitz, disfarçando-o de piscina para os prisioneiros, e nunca o tendo utilizado como reservatório de água para bombeiros?

Terá o Holocausto razões que a razão desconhece?
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quarta-feira, janeiro 27, 2010

A Gripe A, os lucros da indústria farmacêutica, a corrupção da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os políticos a soldo



TSF - 25/01/2010

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa encara a gripe A como uma falsa pandemia e diz que este é um dos maiores escândalos médicos do século.

No dia em que o Conselho da Europa discute o modo como a Organização Mundial de Saúde (OMS) enfrentou a gripe A, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa lança duras críticas ao que aconteceu e garante que o mundo nunca esteve confrontado com uma pandemia.

O diagnóstico era falso e custou muito dinheiro. Só na Europa, foram gastos 5 mil milhões de euros com as vacinas para a gripe A.

Um negócio para a indústria farmacêutica, que Wolfand Wodarg considera escandaloso.

Este médico alemão, especialista em epidemiologia, afirma que as pessoas perderam a confiança na OMS e que este caso deve ser agora investigado pelo Conselho da Europa.

Wolfgang Wodarg critica o alarme desnecessário, lançado pela OMS, considerando que se ficar provado que houve manipulação é preciso tirar as devias lições.

Ouvida pela TSF, Maria de Belém Roseira diz que, até hoje, nada prova que estas acusações tenham razão de ser, admitindo, no entanto, que houve vários países que demonstraram alguma falta de bom senso na compra das vacinas.

Mas, em Portugal, há também quem partilhe das críticas do presidente da Comissão de Saúde do Conselho da Europa.

É o caso de António Vaz Carneiro, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, embora afirme compreender a reacção dos vários governos, em função do que foi dito pela OMS, fala num falso alarme que não justificava as medidas que foram adoptadas.

Até hoje, a pandemia de gripe A matou cerca de 13 mil pessoas em todo o mundo, 94 em Portugal.
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domingo, janeiro 24, 2010

Um Governo privatizado que quer apostar em mais privatizações


TVI24 - 24/01/2010:

A garantia de que «não haverá aumento de impostos» e o alargamento do programa de privatizações contribuíram, no plano macroeconómico, para «a abstenção construtiva» do CDS-PP ao Orçamento do Estado para 2010, diz a Lusa.

De acordo com um documento divulgado pelo CDS-PP, os democratas-cristãos receberam ainda a garantia do Governo de que haverá «um controlo reforçado» das parcerias público-privadas.


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As privatizações em Portugal na electricidade e distribuição da gasolina que geraram monopólios privados têm dado muito boa conta de si:

Em 2008, a privatizada EDP teve mais de 1.000 milhões de euros de lucro e a privatizada Galp teve mais de 500 milhões de lucro, tendo esta última aumentado os preços da electricidade em 5%, cerca de três vezes mais do que valor da inflação.

Quanto aos lucros tão elevados da privatizada Galp foram conseguidos graças à demora na repercussão da descida do preço da gasolina em relação ao preço do petróleo, ou seja, roubando os consumidores.

Evidentemente que haverá ainda outros serviços públicos que, se privatizados e seguindo as «boas práticas» de gestão da Galp e da EDP, poderão tornar-se em novos monopólios lucrativos.

Afinal, o financiamento privado de políticos e de partidos, que inclui o apoio mediático de jornais e televisões, tem a obrigação de gerar um retorno decente para os que investem o seu dinheiro nos poderes Legislativo e Executivo.
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quinta-feira, janeiro 21, 2010

Silva Lopes, de 77 anos, que acumula várias reformas milionárias, defende o congelamento dos salários dos menos afortunados

Silva Lopes, um reformado reincidente com proventos milionários


José Silva Lopes (hoje com 77 anos) foi nomeado, a partir de 4 Junho de 2008, membro do Conselho de Administração da EDP Renováveis. Entre 1969 e 1974 foi administrador da Caixa Geral de Depósitos. Ocupou o cargo de Ministro das Finanças entre 1974 e 1975 e novamente em 1978. Entre 1975 e 1980 foi Governador do Banco de Portugal e, desde Janeiro de 2004, Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral.

Silva Lopes, exerceu funções de presidente do Montepio durante apenas quatro anos e por esse período de actividade está a receber desse banco uma pensão de reforma de cerca de 4.000 euros por mês, a juntar às duas reformas que já aufere, uma da Caixa Geral de Depósitos e outra do Banco de Portugal e, como é do conhecimento público, estas duas entidades pagam pensões "douradas" aos seus ex-administradores.


Agência Financeira - 24/3/2008:

Silva Lopes: «Comunico aos associados e aos colaboradores do Montepio e das empresas associadas que tomei a decisão de renunciar às funções de Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral Associação Mutualista e da sua Caixa Económica, com efeitos a contar do próximo dia 1 de Maio», pode ler-se no documento. «Tomei esta decisão por razões de idade. A minha carreira profissional foi iniciada há 54 anos e sinto-me privilegiado por ela ter podido ser tão longa. Mas, à medida que o tempo passa, vai-se avolumando o meu receio de que o dinamismo da minha actuação esteja a ficar aquém do que é de exigir num cargo de tanta responsabilidade como o que tenho vindo a desempenhar à frente da Administração do Montepio», diz Silva Lopes no documento, publicado no site do banco.


Depois de ter apresentado a sua demissão de presidente do Montepio, o dr. Silva Lopes, alegando que já tinha 74 anos e precisava de descansar, aceitou o cargo de administrador da EDP Renováveis (são essas as suas funções actuais), onde aufere um vencimento que certamente não será inferior ao que recebia no Montepio.


TSF - 4/3/2009:

O ex-ministro José Silva Lopes, que falava por ocasião de um almoço em sua homenagem organizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e pela Ordem dos Engenheiros (OE), sublinhou que manter o emprego é, neste cenário de crise económico-financeira, «a coisa mais importante», mas que é preciso tomar medidas no que diz respeito aos salários: «Acho que se deve congelar os salários acima dos salários mínimos e reduzir os salários que estão cá em cima»


Em suma


Este simpático velhote, de 77 anos, que acumula reformas milionárias, umas atrás das outras, apresenta apenas uma pequena mácula: respira! E ao fazê-lo, além de arrecadar grandes quantias de dinheiro que dariam jeito a gente bem mais necessitada, liberta também CO2, o que é péssimo para o efeito de estufa e o aquecimento global.
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terça-feira, janeiro 19, 2010

No jornal Observer: Como foi inventado o Povo Judeu

A diáspora Judaica é um mito


O jornalista Rafael Behr entrevista Shlomo Sand, autor de "A Invenção do Povo Judeu", para o jornal Observer:




Shlomo Sand é professor na universidade de Telavive e autor de "A Invenção do Povo Judeu". O sereno terramoto causado pelo seu livro está a abalar a fé histórica na ligação entre Judaísmo e Israel.

"A Invenção do Povo Judeu"


A obra de Sand descreve como a maior parte dos Judeus são descendentes de convertidos que nunca puseram os pés na Terra Santa. Isto constituiu uma grande surpresa para muitos Judeus e uma afronta colossal para o Sionismo, a ideologia nacional israelita. O moderno estado de Israel foi criado na presunção de um "povo Judeu" como uma nação unificada, edificada em tempos bíblicos, dispersa pelos romanos, desamparada em exílio durante dois mil anos, que regressou de novo à Terra Prometida.

Mas segundo Sand não houve exílio, e à medida que ele o vai provando através de uma concisa análise forense arqueológica e histórica, não faz sentido falar hoje de um "povo de Israel". Pelo menos se por esses termos nos referimos aos Judeus.

É difícil imaginar um desafio tão fundamental à ideia de um estado moderno Judeu no lugar da antiga Judeia. E no entanto o livro foi um bestseller em Israel e está-se a espalhar pelo mundo. Ganhou um prémio prestigiado em França, onde Shlomo Sand está actualmente numa licença sabática. Mas a reacção da comunidade Judaica em Israel foi hostil. "Histérica," afirma ele.

A forma de ser de Shlomo Sand tanto no livro como pessoalmente é mais estimulante que polémica; Ele percebe a controvérsia. "Depois de tantos anos a utilizar frases como 'povo Judeu' e 'nação Judaica de 4 mil anos', não lhes é fácil aceitar um livro como o meu".

O artigo completo AQUI.


Shlomo Sand é professor na universidade de Telavive
e autor do livro "A Invenção do Povo Judeu":


sábado, janeiro 16, 2010

O novo ministro das Obras Públicas, António Mendonça, que substituiu "Jamé" Lino, assevera que o TGV vai transformar Lisboa numa praia madrilena

Na imagem seguinte um exemplo dos 3.725 novos empregos que o ministro António Mendonça espera conseguir com um «investimento» superior a mil e quinhentos milhões de euros no TGV (Lisboa-Caia-[Madrid]) e que transformará Lisboa numa praia madrilena:

Os novos empregos que o TGV vai gerar


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Jornal de Negócios – 14/01/2010

A entrada em funcionamento da alta velocidade ferroviária (TGV) vai colocar Portugal num "patamar superior" em termos de competitividade e atractividade, disse hoje o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, considerando que "Lisboa e toda a zona em redor será, provavelmente, a praia de Madrid".

[...] O ministro sublinhou a importância de "pensar com antecipação" nas mudanças que a concretização deste projecto vai trazer e afirmou que "está na altura de começar a preparar o plano de 'marketing' para a chegada da alta velocidade a Madrid". "Lisboa e Madrid vão estar ligadas por 02:45 e isso é uma mudança radical relativamente à nossa noção de tempo, à nossa noção de espaço", disse, acrescentando que, com a entrada em funcionamento da rede portuguesa de alta velocidade, Lisboa pode transformar-se na "capital atlântica da Europa".

"Quando estivermos ligados a Madrid, Lisboa e toda a zona em redor será, provavelmente, a praia de Madrid", afirmou António Mendonça.

[...] O Estudo sobre o Impacto da Rede de Alta Velocidade no Turismo Nacional, elaborado pela consultora Deloitte e hoje apresentado, conclui que a entrada em funcionamento da alta velocidade poderá gerar 3.725 novos empregos no turismo e aumentar o valor acrescentado gerado pelo sector em 57 milhões de euros em 2015.


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Vídeo das palavras do ministro António Mendonça (1:51m)


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quinta-feira, janeiro 14, 2010

Mike Prysner, um veterano da guerra do Iraque, aponta os verdadeiros inimigos, tanto do povo iraquiano como do americano

O soldado Mike Prysner participou num painel que debateu a má gestão dos militares norte-americanos no Iraque e a prática do assassinato, as torturas, os abusos e o tratamento insolente dos militares americanos contra os civis iraquianos. Mas disse mais, muitíssimo mais:


"[...] Disseram-nos que lutávamos contra o terrorismo, mas o verdadeiro terrorista era eu e o verdadeiro terrorismo é esta ocupação.

[...] Embora essas armas sejam criadas pelo governo, são inofensivas se não houverem pessoas dispostas a utilizá-las. Aqueles que nos enviam para a guerra não têm que apertar um gatilho ou de lançar uma salva de morteiros. Eles não têm que lutar na guerra, só têm de nos vender a guerra. Precisam de um público disposto a enviar e a colocar os seus soldados em perigo. Precisam de soldados dispostos a matar e a ser mortos sem fazer perguntas.

Eles podem gastar milhões numa única bomba, mas essa bomba só se torna uma arma quando os militares subordinados se dispõem a seguir as ordens para usá-la. Podem enviar tropas para qualquer lugar da terra, mas só haverá guerra se os soldados estiverem dispostos a combater. A classe dominante, os bilionários que lucram com o sofrimento humano, que apenas se preocupam em aumentar a sua riqueza e controlar a economia mundial, sabem que a sua força reside apenas na sua capacidade de nos convencerem de que a guerra, a opressão e a exploração são do nosso interesse. Eles sabem que a sua riqueza está dependente da sua capacidade de convencerem os cidadãos a morrer para poderem controlar o mercado de outro país. E convencer-nos a morrer e a matar depende da sua capacidade para nos fazerem acreditar que somos de alguma forma superiores.

Os soldados, os marinheiros, os fuzileiros e os aviadores nada têm a ganhar com esta guerra. A grande maioria das pessoas que vive nos Estados Unidos não tem nada a ganhar com esta guerra. Na verdade, não só os soldados e os trabalhadores não ganham nada com esta ocupação, como sofrem por causa dela. Somos mutilados, suportamos traumas e damos as nossas vidas. As nossas famílias têm de olhar para os caixões cobertos com a bandeira que descem à terra. Milhões de pessoas neste país sem cuidados de saúde, nem emprego, nem acesso à educação, vêem este governo desperdiçar mais de 400 milhões de dólares por dia nesta ocupação.

Os trabalhadores pobres deste país são enviados para matar trabalhadores pobres de outro país, para tornar os ricos ainda mais ricos. Não havendo racismo, os soldados percebem que têm mais em comum com o povo iraquiano do que com os bilionários que nos enviam para a guerra.

Eu atirei pessoas das suas casas para a rua no Iraque. Mas quando voltei para casa, encontrei famílias atiradas para a rua por esta crise trágica e desnecessária da execução das hipotecas. Precisamos de acordar e de perceber que os nossos verdadeiros inimigos não estão numa terra distante, que não são pessoas cujos nomes nós não conhecemos e cujas culturas não entendemos.

O inimigo é gente que conhecemos bem e que podemos identificar, o inimigo é o sistema que nos manda para a guerra, quando tal é rentável; os inimigos são os administradores que nos expulsam dos empregos quando tal é rentável; são as companhias de seguros que nos negam cuidados de saúde quando tal é rentável; são os bancos que nos tiram as nossas casas quando tal é rentável. Os nossos inimigos não estão a 5.000 milhas de distância. Eles estão aqui em casa, e se nos organizarmos e lutarmos com os nossos irmãos e irmãs, podemos parar esta guerra, podemos parar este governo, e podemos criar um mundo melhor."


sábado, janeiro 09, 2010

A Al-Qaeda aposta cada vez mais na juventude e na simpatia

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Jornal «The Times», 1 de Janeiro de 2010


Título do «The Times»
A vida dupla do 'dotado e simpático' suspeito terrorista Umar Farouk Abdulmutallab

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O nigeriano Abdulmutallab, de 23 anos de idade, foi acusado de tentar explodir uma bomba a bordo de um avião norte-americano que ia de Amsterdão para Detroit, provavelmente sob influência do seu guru espiritual, Osama Bin Laden.

O miúdo, aparentemente, não se terá apercebido que seria mais fácil estoirar com explosivos uma redacção de um jornal (por exemplo, o The Times, com todos os principais accionistas presentes), do que enfrentar o temível NORAD (Comando de Defesa Aeroespacial Norte-americano).

Temem os mais fanáticos seguidores do Profeta que, a enveredar por estratégias deste tipo, o terrorismo islâmico não passará de uma brincadeira.

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Um grande plano do terrorista Umar Farouk Abdulmutallab

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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Miguel Sousa Tavares: oiça, José Sócrates, este país está a ficar farto. Acredite que está. E um dia destes explode



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Excerto de um texto publicado na edição do Expresso de 7 de Novembro de 2009:

[...] É a esta luz que se torna obrigatório meditar nas tais 'grandes obras públicas' que o Governo nos propõe como grande medida de política keynesiana e com o entusiástico apoio da CIP e da Associação dos Construtores de Obras Públicas. Quando, como já aqui o escrevi, tropeço em coisas como o contrato celebrado entre o Porto de Lisboa (Estado) e a Liscont/Mota-Engil para o Terminal de Contentores de Alcântara, eu tenho a penosa certeza de que estou pessoalmente a ser roubado pelos advogados do Estado e a benefício do sr. Mota - decerto uma estimável pessoa que não tenho o prazer de conhecer, mas que também me dispenso de ajudar a enriquecer com o dinheiro do meu trabalho. E o mesmo quando vejo as acções da Mota/Engil subirem 13% em bolsa no dia seguinte às eleições legislativas terem confirmado novo Governo PS. Ou quando constato que, semanas depois, a Mota/Engil ganhou mais um concurso de construção e concessão de exploração de uma nova auto-estrada - a do Pinhal Interior (alguém me pode informar onde fica isso ou para que serve?). Ou quando leio que foi alterado o regime das concessões rodoviárias, seguindo o modelo do contrato para o Terminal de Contentores de Alcântara, onde todo o risco do negócio é assumido pelo Estado e os privados ficam só com lucros garantidos ou indemnizações compensatórias. Ou quando vou sabendo pelos acórdãos do Tribunal de Contas (que, por si só, deveriam cobrir de vergonha qualquer governo), que se tornou prática corrente dos concursos de empreitadas públicas licitar com um preço imbatível e, uma vez ganho o concurso, subir o preço muito além do da concorrência, invocando toda a ordem de pretextos.

Perguntem-me se eu confio neste Estado e neste Governo para lançar, em nome do 'interesse público', as empreitadas das grandes obras como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV ou a nova ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo, em Lisboa? Não, não confio. E não só porque se trata de obras inúteis e até prejudiciais a Lisboa, como a ponte ou o novo aeroporto, mas porque, na situação financeira em que nos encontramos, são quase obscenas. E, depois, porque não tenho a mais pequena fé de que os custos não disparem, que não haja negócios e adjudicações de favor, tráfico de influências, grandes oportunidades de enriquecimento para a meia dúzia de sociedades de advogados de Lisboa que vivem disto e, no final de tudo, que alguma das obras anunciadas se sustente a si própria e não venha a ser antes mais uma fonte de despesa pública a perder de vista.

Oiça, José Sócrates: o país que trabalha, que estuda, que inova, que arrisca e que dá trabalho a outros; o país que não foge ao fisco nem tem offshores e que paga impostos até por respirar; que não enriquece na bolsa nem vive a mendigar subsídios do Estado; que paga a escola dos filhos, as suas despesas de saúde e o seu plano de reforma, nada esperando da Segurança Social; o país que tem pudor em fazer negócios escuros com as autarquias ou as empresas públicas; o país que ainda não apanhou um avião para o exílio mas que também não deseja um lugar nos aviões das suas visitas de Estado a Angola, esse país está a ficar farto. Acredite que está. Não se manifesta nas ruas nem se organiza em 'Compromissos Portugal', que não são compromisso nem são Portugal. Mas existe e um dia destes explode. Nesse dia, o dr. Teixeira dos Santos vai-se espantar por descobrir que, mesmo já sem crise, a receita fiscal não há maneira de voltar a subir. Porque o animal raro conhecido por otário se terá extinto de vez.

Faz agora um ano que, 'para evitar o risco sistémico', o Governo nacionalizou os prejuízos do BPN. Um ano depois, a conta para os contribuintes já vai em 3,5 mil milhões de euros - três mil milhões e meio de euros! Vale a pena fazer as perguntas, em jeito de balanço: se o risco era sistémico, isso quer dizer que toda a banca funcionava no esquema de vigarice institucionalizada do BPN - foi isso que se quis esconder? Se o risco era sistémico, porque é que a banca privada não ajudou a banca pública a acorrer ao BPN? E, agora, tendo gasto mais dinheiro com o BPN do que gastou a pagar os subsídios de desemprego a meio milhão de desempregados, que lição, se é que alguma, extrai o governo dessa aventura? Que mensagem, se é que alguma, lhe ocorre dar aos pagadores de impostos?


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Na imagem ao centro:
Jorge Coelho e António Mota, respectivamente, o CEO e o fundador da Mota-Engil
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terça-feira, janeiro 05, 2010

«Bem pensado – mas nunca substituirão o cavalo», disseram os cépticos quando viram os primeiros automóveis.

The Benz Patent Motor Car Velocipede Of 1894


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* Nos primeiros tempos da aviação, o astrónomo americano William Pickering, que predisse a existência de Plutão, preveniu o público de que: «A mente popular imagina frequentemente gigantescas máquinas voadoras atravessando o Atlântico a grandes velocidades e transportando numerosos passageiros como um moderno paquete… Parece-me seguro afirmar que tais ideias são totalmente visionárias, e mesmo que uma máquina conseguisse atravessar o Atlântico com um ou dois prisioneiros, os custos seriam proibitivos…» Três décadas mais tarde, em Julho de 1939, foi inaugurada a primeira linha aérea transatlântica com um hidroavião Boeing 314, o Yankee Clipper da Pan American, transportando 19 passageiros.




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* Em 1924, o engenheiro electrotécnico inglês Alan Archibald Swinton, um dos pioneiros do de raios catódicos, fez uma palestra na Radio Society da Grã-Bretanha sobre «Visão à Distância». Diria então: «Provavelmente não valerá a pena que alguém se dê ao trabalho de consegui-la.» Quatro anos mais tarde, a General Electric Company inaugurava, no estado de Nova Iorque, a primeira rede de televisão do Mundo.




* «História dos Grandes Inventos - Selecções do Reader’s Digest – 1983, pág 62».


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A automação e a inteligência artificial têm tido um desenvolvimento avassalador. A máquina, de forma crescente, possui mais dados, mais conhecimento e melhor capacidade de decisão. Cada vez é mais inteligente e mais autónoma. E cada vez menos precisa de ser dirigida pelo homem.

A tecnologia está cada vez mais próxima de produzir sozinha. O desenvolvimento tecnológico é exponencial em todos os campos que se considere. Donde, no binómio homem-máquina na produção, o homem tem cada vez menos peso. Em breve não terá praticamente nenhum e a máquina produzirá sozinha.

Nessa altura, a fábrica totalmente automatizada não poderá ser privada. Porque não existirão trabalhadores com salários, e sem salários não há poder de compra. Sem poder de compra não há vendas. Sem vendas não há lucros. Sem lucros não há empresas privadas. Qualquer empresa automatizada, seja o que for que produza, terá necessariamente de pertencer ao grupo, à comunidade, à sociedade.

O número crescente de desempregados a par do desenvolvimento exponencial do hardware e do software estão aí para prová-lo. Vamos acelerar a transição ou vamos permanecer agarrados a um passado de emprego condenado ao desastre social?

É a tecnologia que está a substituir o homem no trabalho. É por isso que o velho paradigma do emprego está moribundo. É necessário criar rapidamente, com o auxílio da tecnologia, um mundo mais justo, mais redistributivo e mais humano.



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domingo, janeiro 03, 2010

Platão - A Alegoria da Caverna

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A Alegoria da caverna é uma parábola escrita pelo filósofo Platão e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII).

Trata-se de um diálogo metafórico entre o seu Mestre, Sócrates, e os seus irmãos mais novos, Gláucon e Adimanto.

Ilustra como o senso comum em falsas crenças pode aprisionar-nos à ilusão da realidade. E, embora o filósofo possa ser tomado por louco, mentiroso e corruptor da ordem, Sócrates propõe o conhecimento filosófico, que busca as respostas não no acaso mas na causalidade, e a educação, como as condições indispensáveis para a conquista da verdade, da liberdade e da luz.


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Sócrates


Sócrates tem a palavra:

- Depois disto - prossegui eu - imagine a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e percoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os homens dos “teatros de bonecos” colocam diante do público, para mostrarem suas habilidades por cima deles.

- Estou vendo - disse ele [Gláucon].

- Imagine também, ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objetos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de labor; como é natural, dos que o transportam, uns falam, outros seguem calados.

- Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que você fala - observou ele.

- Semelhantes a nós - continuei -. Em primeiro lugar, você pensa que, nestas condições, eles tenham visto, de si mesmos e dos outros, algo mais que as sombras projetadas pelo fogo na parede oposta da caverna?

- Como não - respondeu ele -, se são forçados a manter a cabeça imóvel toda a vida?

- E os objetos transportados? Não se passa o mesmo com eles?

- Sem dúvida.

- Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não lhe parece que eles julgariam estar nomeando objetos reais, quando designavam o que viam?

- É forçoso.

- E se a prisão tivesse também um eco na parede do fundo? Quando um dos transeuntes falasse, não lhe parece que eles não julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?

- Por Zeus, que sim!

- De qualquer modo - afirmei - pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos.

- É absolutamente forçoso - disse ele.

- Considere, pois - continuei -, o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objetos cujas sombras via outrora. O que você julga que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objetos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objetos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não lhe parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objetos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam?

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- Muito mais - afirmou.

- Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objetos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?

- Seria assim - disse ele.

- E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho rude e íngreme, e não o deixassem fugir antes de o arrastarem até a luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por ser assim arrastado, e, depois de chegar à luz, com os olhos deslumbrados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objetos?

- Não poderia, de facto, pelo menos de repente.

- Precisaria habituar-se, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objetos, refletidas na água e, por último, para os próprios objetos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia.

- Pois não!

- Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas a ele mesmo, no seu lugar.

- Necessariamente.

- Depois já compreenderia, acerca do Sol, que é ele que causa as estações e os anos e que tudo dirige no mundo visível, e que é o responsável por tudo aquilo de que eles viam uma imitação.

- É evidente que depois chegaria a essas conclusões.

- E então? Quando ele se lembrasse da sua primitiva habitação, e do saber que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crê que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?

- Com certeza.

- E as honras e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prémios para o que distinguisse com mais agudeza os objetos que passavam, e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer - parece-lhe que ele teria saudades ou inveja das honrarias e poder que havia entre eles, ou que experimentaria os mesmos sentimentos que em Homero, e seria seu intenso desejo "servir junto de um homem pobre, como servo da gleba" , e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e sofrer daquele modo?

- Suponho que seria assim - respondeu - que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.

- Imagine ainda o seguinte - prossegui eu -. Se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?

- Com certeza.

- E se lhe fosse necessário julgar sobre aquelas sombras, em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a vista - e o tempo de se habituar não seria pouco - acaso não causaria o riso, e não diriam dele que, por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

- Matariam, sem dúvida - confirmou ele.

- Meu caro Gláucon, este quadro - prossegui eu - deve agora aplicar-se a tudo quanto dissemos anteriormente, comparando o mundo visível aos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força do Sol. Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomar como a ascensão da alma ao mundo inteligível, não iludirá a minha expectativa, já que é seu desejo conhecê-la. O Deus sabe se ela é verdadeira. Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a idéia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

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Animação da Alegoria da Caverna




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As actuais Cavernas de Platão

Suponhamos algumas pessoas que estão habituados, desde a infância, a permanecer sentados num sofá, com toda a sua atenção concentrada no ecrã da televisão.

Não lhes parece que eles julgariam estar a assistir a factos reais, quando designavam o que viam no ecrã? Não pensariam que a realidade não era senão as notícias dos telejornais?



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