sexta-feira, junho 26, 2009

O verdadeiro móbil da política que Sócrates e os seus patronos delinearam para o país

O abismo social como projecto político

Ao governo Sócrates junta-se todo o Centrão e boa parte dos políticos que navegam na órbita dessa galáxia de interesses e corrupção.

São auxílios a Bancos em "Crise", TGVs, Projectos PIN, Aeroportos, Auto-Estradas, Pontes, e toda a sorte da elefantíase albina que povoa a mente sôfrega destes parasitas profissionais.
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quinta-feira, junho 25, 2009

Ao contrário da Aritmética, cujos números continuam a descer, o ensino de História Contemporânea está em crescendo



Comentário:

Uma pequena piada a alguns amigos meus que, em relação a determinados episódios da história recente, se limitam a repetir as ladainhas que entranharam graças aos filmes, documentários e séries do Steven Spielberg & Associates.
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segunda-feira, junho 22, 2009

Holocausto – Um segredo bradado aos quatro ventos

Hitler declarou as suas intenções francamente. Os Nazis cometeram atrocidades abertamente. Que necessidade tinham de escamotear os gaseamentos?

Texto retirado deste site.

[Tradução minha]

Os historiadores convencionais explicam a falta de fotografias e documentos [dos gaseamentos dos prisioneiros] invocando que o Holocausto era tão secreto que nenhumas fotografias foram tiradas, e que não seria permitida a existência de nenhuns documentos incriminatórios. Acredita-se que isto seria verdade quando a Solução Final estava ainda na fase de projecto, em 1941.

Hitler falou sobre o extermínio ou o aniquilamento dos judeus em muitas ocasiões. Por exemplo, esta é uma frase de Mein Kampf (página 338 de Houghton-Mifflin edição de capa dura. Outras referências podem ser encontradas nas páginas 169 e 679.) Hitler escreveu: "a consolidação do nosso povo enquanto nação só terá sucesso quando, à parte toda a luta explícita pelo espírito do nosso povo, os seus envenenadores internacionais forem exterminados."

É suposto acreditar que Hitler anunciou ao mundo que os judeus seriam aniquilados, e que simultaneamente se esforçou para manter a pretensão que eles não estavam a ser aniquilados? A intenção do Holocausto foi declarada abertamente, mas a própria operação em si era tão secreta que os Nazis nunca discutiram o assunto, mesmo entre eles?

Na página 679 Hitler diz: "Se no começo e durante a Guerra doze ou quinze mil destes corruptores hebreus tivesse sido sujeita a gás tóxico, como aconteceu a centenas de milhares dos nossos melhores trabalhadores alemães, o sacrifício de milhões na frente não teria sido em vão. Pelo contrário: doze mil canalhas eliminados a tempo poderiam ter poupado as vidas de milhões de alemães."

Nessa altura já não havia segredo nenhum. Tendo levantado a questão de suprimir os judeus com gás no Mein Kampf, não faria sentido nenhum Hitler fingir que tal não estava a acontecer, se ele na verdade o estivesse a fazer. Mas não há nenhuma outra referência sobre eliminar com gás em nada que ele tenha dito ou escrito. Existem registros de tudo que Hitler, Himmler e os outros Nazis disseram em público e muito do que eles disseram em privado, e não existe nenhuma alusão, em lado nenhum, sobre gaseamentos, mesmo em ocasiões em que falavam sobre como se verem livres dos judeus.

Existe uma cópia de um discurso (de Poznan) no qual Himmler discursou numa reunião privada dos oficiais seniores das SS. Mesmo se ele não quisesse mencionar os gaseamentos publicamente, Himmler sentir-se-ia livre para falar abertamente numa reunião privada das SS. (Ele teria que falar abertamente em algum momento. Eles teriam que discutir isso entre eles). Mas Himmler nada disse sobre gaseamentos, embora estivesse a falar sobre enviar judeus para campos de concentração. Não disse "estou-me a referir ao gaseamento de judeus, ao «Ausrottung» das pessoas judias." Pelo contrário, Himmler disse: "Estou-me a referir à evacuação dos judeus, ao «Ausrottung» do povo judeu."

Até mesmo na conferência de Wannsee, nada foi dito sobre gaseamentos. Em 1941, os Nazis estavam a ganhar a guerra. Julgamentos de crimes de guerra eram a última coisa que lhes passaria pela cabeça. (Na realidade não existiu esse conceito até 1945. Julgamentos de crimes de guerra não foram uma norma nas guerras do passado.) Os Nazis não tinham nenhuma razão para criar uma ilusão para a posteridade. Eles julgaram que iam ser a posteridade. Nunca pensaram que tivessem de responder por aquilo que tivessem feito. E, mesmo assim, é suposto que acreditemos que já em 1941 eles estivessem a antecipar um período pós-guerra em que seria necessário encobrir as suas acções?

Os Nazis não eram tímidos quando se tratava de assassinar pessoas. Cometeram atrocidades abertamente. Ostentaram isso. Existem fotografias de soldados Nazis matando a tiro judeus a sangue frio e rindo-se disso. Essas fotografias não foram tiradas secretamente por outras pessoas, foram tiradas directamente pelos Nazis. Mas é suposto acreditarmos que as câmaras de gás eram tão secretas que nenhuma fotografia tenha jamais sido alguma vez lá tirada?

Também é suposto acreditarmos que seria possível encobrir uma operação que envolveu a morte de seis milhões de pessoas?

Aparentemente os gaseamentos processavam-se desta forma: um comboio carregado de judeus chega a Auschwitz. Aí são separados em dois grupos, os que são aptos para o trabalho e outros que não o são. Este segundo grupo é então levado directamente para os crematórios. Primeiro vão para uma sala onde se despem. Depois são conduzidos a outra sala que é suposto ser um chuveiro ou uma sala de desparasitação. Quando chegam a essa sala, são trancados e gaseados. Alguns minutos depois os guardas entram e arrastam os corpos para os fornos onde serão cremados.

Se seis milhões de judeus foram gaseados, este cenário deve-se ter repetido milhares de vezes, em vários campos diferentes, durante vários anos. Esta cena macabra é algo que qualquer fotógrafo gostaria de fotografar. Mas supostamente era proibido tirar fotos, e assim nenhuma foto foi tirada. Isto é um disparate. Os guardas da prisão eram a lei. Ninguém os proibiria de tirar fotografias.

Pergunte-se a Lynndie England na prisão iraquiana de Abu Ghraib:

sexta-feira, junho 19, 2009

Jon Stewart – «Guerra ao Terrorismo» ou a interminável propaganda do medo nos EUA


Jon Stewart: Aqui em Nova Iorque, foi travado um atentado terrorista na cidade. Quatro homens foram presos porque iam fazer explodir sinagogas no Bronx. Onde teve origem este plano diabólico? No Iraque? No Irão? Não, em Newburgh, Nova Iorque. Newburgh! Sabem o que isso significa?

Flashes televisivos: Plano terrorista interno… Terroristas internos… Um plano terrorista interno… Terroristas internos…

Jon Stewart: Internos? Fazem um plano terrorista parecer erva de m… São internos. Não é como o plano terrorista de qualidade de Humboldt County. Porquê uma sinagoga no Bronx?

Canal televisivo: Afirmaram que era uma Jihad. Ficaram perturbados com o que está a acontecer no Afeganistão e no Paquistão, onde há muçulmanos a morrer.

Jon Stewart: Então, porquê uma sinagoga no Bronx? Devia ser isso ou um restaurante Jamba Juice em Schenectady. Por favor! "Vamos ver como os infiéis se safam sem os preciosos Femme Boosts." Mas as sinagogas não eram os únicos alvos.

CNN: Os quatro planeavam abater aviões militares a partir de uma base da Air national Guard em Nova Iorque.

Jon Stewart: Embora os suspeitos de terrorismo tenham podido iniciar o plano antes de serem presos, o público nunca esteve em perigo.

CNN: As autoridades infiltraram-se neste grupo terrorista há um ano forneceram-lhes armas falsas.

Fox News: As bombas foram feitas com o que os terroristas pensavam ser C-4, mas era só uma mistela que técnicos do FBI criaram.

Jon Stewart: Deviam ser terroristas muito experientes. "Este C-4 parece uma mistela. Está óptimo." Uma grande vitória contra o terrorismo também para a Fox News que pôde usar as capturas como prova de que o presidente Obama está a pôr a América em perigo.

Fox News: Estamos a falar com o que faremos com os prisioneiros de Guantánamo e de talvez os trazer para prisões americanas. Ao que parece, três deles estiveram presos e congeminaram este plano na prisão. As pessoas pensam que essas coisas não podem acontecer se trouxermos estes terroristas para território americano. Isto não provará que acontecem?

Jon Stewart: Não! Na verdade acabou de argumentar que não se deve mandar ninguém para a prisão. Os prisioneiros de Guantánamo ainda não chegaram cá...


quarta-feira, junho 17, 2009

Smedley D. Butler - A Guerra é uma fraude, a única na qual os lucros são calculados em dólares e as perdas em vidas humanas

«War Is a Racket» - A Guerra é uma Fraude é o título de um livro do reformado Major General dos marines americanos. Smedley Darlington Butler, uma das únicas 19 pessoas a ser agraciado duas vezes com a Medalha de Honra, discute de forma aberta como os interesses empresariais beneficiaram comercialmente com a guerra. Em «War Is a Racket», Butler aponta vários exemplos, principalmente da Primeira Guerra Mundial, onde os industriais, cujas operações eram subsidiadas pelo erário público, eram capazes de obter lucros substanciais do sofrimento humano massivo.


O texto completo em inglês AQUI.

[Tadução minha]


Capítulo I - A Guerra é uma Fraude

A Guerra é uma Fraude. Sempre foi.

É possivelmente a mais antiga, indubitavelmente a mais lucrativa, seguramente a mais cruel. É a única com abrangência internacional. É a única na qual os lucros são calculados em dólares e as perdas em vidas humanas.

Uma fraude é melhor descrita, julgo eu, como algo que não é aquilo que parece para a maioria das pessoas. Só um pequeno grupo de privilegiados sabe do que se trata. É feita para benefício de uns poucos, às custas de muitos. Da guerra, meia dúzia de pessoas conseguem grandes fortunas.

Na [Primeira] Grande Guerra uma mão cheia de pessoas arrecadou os lucros do conflito. Durante a [Primeira] Grande Guerra, surgiram pelo menos 21 mil novos milionários e bilionários. Tal foi o número dos que admitiram esses enormes ganhos sangrentos nas suas declarações de impostos. Quantos mais milionários de guerra falsificaram as suas declarações de impostos? Ninguém sabe.


Quantos destes milionários de guerra carregaram uma arma ao ombro? Quantos deles escavaram uma trincheira? Quantos deles sabem o que significa ir com fome para uma vala infestada de ratos? Quantos deles passaram noites aterrorizados e sem dormir, imersos em bombas, granadas e balas de metralhadora? Quantos deles desviaram um golpe de baioneta desferido por um inimigo? Quantos deles foram feridos ou morreram numa batalha?

Da guerra as nações adquirem territórios adicionais, se forem vitoriosas. Simplesmente tomam-na. Este novo território adquirido é de imediato explorado pelos poucos – exactamente os mesmos que arrecadam os dólares do sangue derramado na guerra. O resto das pessoas paga a factura.

E que factura é esta?

Esta factura representa uma contabilidade horrível. Novas lápides. Corpos deformados. Mentes destruídas. Corações e lares destroçados. Instabilidade económica. Depressão e toda a miséria que a acompanha. Impostos opressivos para gerações e gerações.


Durante muitos anos, como soldado, tive a suspeita de que a guerra era uma fraude; só quando regressei à vida civil é que me apercebi completamente disso. Agora, ao ver juntarem-se as nuvens da guerra internacional, como acontece hoje, devo enfrentá-lo e falar abertamente.

Estão novamente a escolher campos. A França e a Rússia juntaram-se e concordaram ficar do mesmo lado. A Itália e a Hungria apressam-se a fazer um acordo semelhante. A Polónia e a Alemanha lançam-se olhares enternecedores, esquecendo o presente [uma ocasião única] a sua disputa sobre o Corredor Polaco.

O assassínio do Rei Alexandre da Jugoslávia complicou a questão. A Jugoslávia e a Hungria, inimigos ferozes há muito, estão quase a atirar-se ao pescoço um do outro. A Itália estava pronta a entrar na dança. Mas a França estava à espera, tal como a Checoslováquia. Todos estavam de olhos postos na guerra. Não o povo – não os que lutam e pagam e morrem – apenas aqueles que fomentam guerras e ficam em segurança em casa a receber os lucros.

Existem 40 milhões de homens armados no mundo hoje, e os nossos estadistas e diplomatas têm a temeridade de afirmar que a guerra não está em preparação.

Os sinos do Inferno! Estão estes 40 milhões de homens a ser treinados para dançar?

Não em Itália, seguramente. O primeiro-ministro Mussolini explica bem para que é que eles estão a ser treinados. Ele, pelo menos, é suficientemente franco para falar. Ainda no outro dia, o Duce, na "Conciliação Internacional", a revista do Carnegie Endowment for International Peace, afirmou:

"E acima de tudo, o Fascismo, quanto mais toma em consideração e observa o futuro e o desenvolvimento da humanidade, à parte das considerações políticas do momento, não acredita nem na possibilidade nem na utilidade da paz perpétua… Só a guerra eleva à sua máxima tensão toda a energia humana e põe o carimbo da nobreza no povo que tem a coragem de a enfrentar."

Sem dúvida que Mussolini quer dizer exactamente aquilo que disse. O seu exército bem treinado, a sua frota de aviões, e até a sua marinha estão preparados para a guerra – ansiosa por ela, aparentemente. A sua posição recente ao lado da Hungria na última disputa com a Jugoslávia mostram-no. E a mobilização apressada das suas tropas na fronteira austríaca depois de assassinato de Dolfuss, mostram-no também. Existem também outros na Europa cuja ostentação militar pressagia guerra, mais cedo ou mais tarde.

Herr Hitler, com o seu rearmamento da Alemanha e os seus constantes pedidos por mais e mais armas, constitui uma ameaça igual senão maior para a paz. A França aumentou recentemente o tempo de serviço militar da sua juventude de um ano para dezoito meses.

Sim, em todo o lado, as nações estão a preparar as suas armas. Os cães raivosos da Europa estão à solta. No Oriente a manobra é mais habilidosa. Em 1904, quando a Rússia e o Japão estiveram em guerra, expulsámos os nossos velhos amigos russos e apoiámos o Japão. Na altura os nossos muito generosos banqueiros internacionais estavam a financiar o Japão. Hoje, a tendência é incentivar-nos contra o Japão. O que é que a política de abertura em relação à China significa para nós? O nosso comércio com a China é de cerca de 90 milhões de dólares por ano. Ou as Ilhas Filipinas? Gastámos cerca de 600 milhões de dólares nas Filipinas em trinta e três anos e nós (os nossos banqueiros e industriais e especuladores) possuem lá investimentos privados de menos de 200 milhões de dólares.

Portanto, para salvar esse comércio chinês de cerca de 90 milhões, ou para proteger estes investimentos privados inferiores a 200 milhões de dólares nas Filipinas, seremos obrigados a odiar o Japão e ir para a guerra, uma guerra que nos pode perfeitamente custar dezenas de milhares de milhões de dólares, centenas de milhar de vidas americanas, e ainda mais centenas de milhar de homens mutilados e mentalmente desequilibrados.

Claro está, que para estas perdas, haverá um lucro compensador – serão feitas fortunas. Milhões e milhares de milhões de dólares serão acumulados. Por uns poucos. Fabricantes de munições. Banqueiros. Construtores de navios. Donos de fábricas. Embaladores de carne. Especuladores. Eles hão-de sair-se bem.

Sim, estão-se a preparar para uma nova guerra. Porque não o haveriam de fazer? Paga bons dividendos.

Mas o que é que ganham os homens que são mortos? O que é que ganham as suas mães e irmãs, as suas mulheres e as suas queridas? O que é que ganham os seus filhos?


O que é que alguém ganha excepto aqueles poucos para quem a guerra significa grandes lucros?

Sim, e o que é que ganha a nação?

Vejam o nosso caso. Até 1898 não possuíamos nenhum bocado de terra fora do continente da América do Norte. Nessa altura a nossa dívida nacional era um pouco mais de mil milhões de dólares. Então voltámo-nos para a "internacionalização". Esquecemos, pusemos de lado, o conselho do Pai do nosso país. Esquecemos o aviso de George Washington sobre "alianças conflituosas". Fomos para a guerra. Ocupámos território estrangeiro. No fim do período da [Primeira] Guerra Mundial, como resultado directo da nossa participação mínima nos assuntos internacionais, a nossa dívida nacional subiu para mais de 25 mil milhões de dólares. A nossa balança comercial favorável durante o período de vinte e cinco anos era de cerca de 24 mil milhões de dólares. Portanto, numa base puramente contabilista, ficámos um pouco para trás, ano após ano, e esse comércio internacional podia muito bem ter sido nosso sem as guerras.

Teria sido muito mais barato (já para não dizer seguro) para o americano médio, que paga as facturas, ter-se mantido fora das confusões internacionais. Para uns poucos, como o contrabando de bebidas alcoólicas e outras fraudes criminosas, traz lucros interessantes, mas o custo das operações é sempre transferido para o povo – que não lucra.

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terça-feira, junho 16, 2009

John F. Kennedy - discurso contra as Sociedades Secretas que dominam a América


A 27 de Abril de 1961, perante as Associações de Jornais Americanos em Nova Iorque, John F. Kennedy fez o seguinte discurso acusando as sociedades secretas:

Discurso completo aqui.

Excertos:

(...) A palavra "segredo" é repugnante numa sociedade aberta e livre, e nós como povo somos intrinsecamente e historicamente contra as sociedades secretas, juramentos secretos e procedimentos secretos. Decidimos há muito que os perigos do excessivo e injustificado encobrimento de factos relevantes é mais grave do que os perigos que são citados para o justificar.

(...) Porque estamos confrontados em todo o mundo por uma conspiração monolítica e cruel que se apoia principalmente em acções encobertas para expandir a sua esfera de influência, em infiltração em vez de invasão, em subversão em vez de eleições, em intimidação em vez da livre escolha, em guerrilha a coberto da noite em vez de exércitos à luz do dia.

(...) Os seus planos são ocultos, não anunciados. Os seus erros são encobertos e não tornados públicos. Os seus dissidentes são silenciados e não elogiados. Nenhum gasto é questionado, nenhum rumor é publicado, nenhum segredo é revelado.



Vídeo [legendado por mim] em português:



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quinta-feira, junho 11, 2009

Hitler ensaiou infrutiferamente obter financiamentos na blogosfera

Refugiado num bunker em Berlim, dias antes da data do seu suicídio, a 30 de Abril de 1945, Hitler é confrontado pelos seus generais com o fracasso total do seu blog, donde esperava receitas suplementares que lhe permitissem prolongar a guerra.

No auge do desespero, Hitler dispara em todas as direcções e nem sequer poupa os outros bloggers, revelando-se especialmente virulento com o Blasfémias, o Arrastão, o Causa Nossa, etc.


Vídeo legendado [por mim] em português:


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segunda-feira, junho 08, 2009

Eleições Europeias 2009 - A Fresh Perspective


Excertos [com alguns acrescentos meus] retirados do Arte da Fuga:

Tendo em conta o número total de eleitores portugueses, a grande vencedora da noite foi a Dra. Abstenção com uns esmagadores 62,5% dos votos. Também a Coligação Brancos + Nulos ultrapassou a fasquia dos 2,5%... Na realidade, o PSD obteve apenas 11,9%, o PS alcançou 10% e o BE e a CDU receberam 4% cada.

Donde se retira que a legitimidade democrática destes actos eleitorais, um pouco por toda a Europa, está no limiar do sustentável.

Se as pessoas não votarem e a abstenção continuar a crescer desta forma, a prazo, será a própria existência da classe política a estar em causa! Enfim, o jogo da sobrevivência também já chegou à política, em particular a este regime de democracia indirecta (ou representativa).

... Sitiados pela corrupção e pelo compadrio, a abstenção é um sintoma, quando a indiferença já é azedume e pode volver-se em explosão, se se confirmarem os sinais do "out of control".

Sobre as possíveis consequências do autismo da classe política perante a abstenção eleitoral, a capa de um single do grupo de heavy-metal Corrosion of Conformity:

sexta-feira, junho 05, 2009

Henry Ford - A guerra dá lucro. Para os banqueiros internacionais, instigar guerras e enviar jovens para a morte é o melhor de todos os negócios

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[Tradução minha]

Chegando hoje aqui com Thomas A. Edison para uma inspecção de três dias às fábricas de nitratos e à barragem hidroeléctrica de Muscle Shoals, Henry Ford explicou pela primeira vez a razão do seu desejo da concessão e a exploração destas grandes instalações.


Palavras de Henry Ford:

Da actividade destas instalações muitas coisas grandiosas são possíveis, mais produção de energia eléctrica do que este país jamais conheceu, mais produção de motores, produção de alumínio e nitratos em quantidades que provocarão alterações inimagináveis em muitos sectores da indústria e na agricultura americanas. Mas pela parte que me diz respeito, tudo isto são coisas secundárias. A coisa mais importante que eu vejo em Muscle Shoals é uma oportunidade para acabar com a guerra no mundo.

The New York Times - Florence, Alabama, 3 de Dezembro de 1921 (PDF)



Foi perguntado ao Sr. Ford como é que isso era possível [acabar com a guerra no mundo].

Da seguinte maneira, é de facto muito simples quando se pensa nisso. A causa de todas as guerras é o ouro. Temos de demonstrar ao mundo através de Muscle Shoals, primeiro a praticabilidade e depois a vantagem de desalojar o ouro como base da moeda, substituindo-o pela perene riqueza natural do mundo.

Você não deseja a guerra, pois não? Se perguntar ao seu vizinho vai descobrir que ele também não quer guerra, e que o vizinho dele e a família dele pensam da mesma maneira. E se percorrer o mundo e bater a todas as portas verá que qualquer adulto, homem ou mulher, lhe vai dar a mesma resposta: 'não, não. Deus nos livre da guerra.' Então, se todas as famílias do mundo se opõem à guerra, porque é que nós temos guerras? Já alguma vez vos ocorreu colocar essa questão?

Bem, há uma razão. A guerra dá lucro. Não estou a dizer lucro moral, ou interesses religiosos ou rebelião espiritual através da violência, nem qualquer outro tipo de palermices.


Então, porque é que destruiria todo o ouro do mundo e proibia a sua mineração? - Perguntaram-lhe.

De forma nenhuma. Ainda não me perceberam. O ouro como metal está certo. Não é tão útil como muitos outros metais, mas existem artes e outras finalidades nas quais pode ser útil. Não destruam uma onça [de ouro], guardem-na para as artes e usos industriais. Mas não existe muito ouro no mundo. Através da sua escassez o ouro adquiriu um valor fictício muito para além do seu valor como um metal útil.

Quero ser claro nisto. Os povos do mundo cometeram um erro que lhes custou gerações de escravatura financeira quando consentiram em fazer do ouro a base para a emissão da moeda. Não conseguiram ver que, por o ouro ser escasso – só existe cerca de 10.000.000.000 de dólares em ouro em todo o mudo – a sua oferta total pode ser controlada, pode ficar sob o domínio de um interesse ou grupo de interesses, e portanto a moeda e o capital de todo o mundo podem ser controlados.

E isso precisamente que aconteceu. Existe um grupo de banqueiros internacionais, que hoje controlam a maior parte da oferta de ouro do mundo. Esse grupo tem os seus membros e os seus agentes em todos os países. Não interessa a que país, eles, como indivíduos, aleguem lealdade. Fazem todos o mesmo jogo, guardar o ouro que têm nas mãos e ir buscar o máximo possível.

Mas, tendo obtido o controlo do ouro do mundo, tal tornou-se uma maldição para eles. Ouro acumulado não dá lucro. Têm de o manter a girar, lucrando ou perdendo o seu controlo. Os tempos de paz com condições estáveis não o fazem girar com suficiente rapidez. A forma de colocar o ouro a dar mais lucro, de forma mais frequente, é criar uma grande procura [de ouro] sob a forma de empréstimos, mas sempre em moeda em lugar do ouro. E a maneira de provocar uma enorme procura de empréstimos, à taxa de juro que os comerciantes de dinheiro ditarem, é criar uma guerra.

Para eles, instigar, iniciar e enviar as pessoas para a guerra, nada mais é que um mercado activo para o dinheiro, uma questão de negócios. Se os diferentes países dos grupos de banqueiros internacionais estiveram em guerra, isso não faz diferença nenhuma. Não interessa quem perca a guerra, o importante é a quantidade de vultuosos empréstimos feitos. O sistema do ouro ganha sempre. Os jovens dos 18 aos 30 combatem na guerra e são mutilados ou mortos. Os banqueiros internacionais estão a salvo e prósperos.

War Is a Racket - A Guerra é uma Fraude


[«War Is a Racket» - A Guerra é uma Fraude é o título de um livro do reformado Major General dos marines americanos. Smedley Darlington Butler, uma das 19 pessoas a ser agraciado duas vezes com a Medalha de Honra, discute de forma aberta como os interesses empresariais beneficiaram comercialmente com a guerra. Em «War Is a Racket», Butler aponta vários exemplos, principalmente da Primeira Guerra Mundial, onde os industriais, cujas operações eram subsidiadas pelo erário público, eram capazes de gerar lucros substanciais do sofrimento humano massivo.]


Há dez anos afirmei que tencionava usar todas as minhas capacidades e energia para acabar com a guerra. Nunca disse nada tão seriamente, e é por isso que quero a concessão de Muscle Shoals. Vejo uma forma que, se puder ser colocada em prática, fará mais para acabar com a guerra do que mil anos de agitação.

A principal perversidade do ouro, na sua relação com a guerra, é o facto de que pode ser controlado. Quebrem esse controlo e acaba-se com a guerra. A única forma de quebrar o controlo dos banqueiros internacionais, a forma de acabar a sua exploração para sempre, é acabar com o ouro como base da moeda do mundo.

O que é que fizeram há cem anos atrás sem um padrão ouro? A ideia de utilizar ouro como base monetária não é mais nem menos do que uma concepção dos banqueiros. Eles sabiam que se conseguissem estabelecer, por lei, o ouro como base da moeda, então poderiam controlar o capital do mundo combinando os juros para controlar o ouro mundial.

É aqui que Muscle Schoals entra. Vejam que coisa espectacular temos aqui. Engenheiros do exército dizem que são necessários 40 milhões de dólares para terminar a grande barragem. Mas o Congresso está em fase de poupanças e não deseja arranjar esse dinheiro com impostos. A alternativa habitual é lançar Obrigações a trinta anos a 4 por cento [ao ano]. Os Estados Unidos, o maior Governo à face da terra, precisando de 40 milhões de dólares para terminar um grande benefício público é forçado a ir ter com os comerciantes de dinheiro para comprar o seu próprio dinheiro. Ao fim de trinta anos o Governo tem de pagar não apenas os 40 milhões de dólares, mas tem também de pagar 120 por cento de juros, literalmente tem de pagar 88 milhões de dólares pela utilização de 40 milhões de dólares durante trinta anos.

E durante todo esse tempo é o próprio dinheiro do Governo. Os comerciantes de dinheiro nunca o criaram. Obtiveram-no originalmente do Governo. O Governo primeiro deu crédito e agora tem de pagar por aquilo que deu. Pensem nisso. Poderia alguma coisa ser mais infantil, mais contrária à lógica do negócio!


Agora, vejo uma maneira pela qual o Governo pode completar esta grande obra sem pagar um tostão aos comerciantes de dinheiro. A ideia é tão sólida como uma rocha e não tem senão um problema. A ideia é tão simples e fácil que, talvez, as pessoas não sejam capazes de a apreender.

O Governo precisa de 40 milhões de dólares. São duas mil notas de vinte dólares. O Governo que proceda a uma emissão dessas notas e pague com elas todas as despesas ligadas à conclusão da barragem. Logo que a barragem esteja terminada veremos tudo a funcionar e, em menos tempo do que se pensa, todos os 40 milhões de dólares podem ser retirados dos rendimentos da barragem.


Mas imagine que o empreiteiro se recusa a aceitar esse tipo de moeda como pagamento? - Perguntaram-lhe.

Não há nenhuma forma de isso acontecer. O empreiteiro iria aceitar Obrigações do Governo para pagamento, não era? Certamente! Vejam, - disse Henry Ford tirando uma nota de vinte dólares do bolso – ele não hesitaria em aceitar este tipo de dinheiro, pois não? Claro que não. Bom, o que é que está por trás de uma Obrigação ou desta nota que as tornam aceitáveis? Simplesmente isto: a boa-fé e o crédito do povo americano. E notas de vinte dólares emitidas pelo Governo para concluir este grande melhoramento público teriam tanta boa-fé e crédito do povo americano por trás como qualquer Obrigação ou outra moeda qualquer americana já alguma vez emitida. Como vêem, é apenas uma questão de fé no povo americano.


Mas o seu plano desordenaria o sistema monetário do mundo e poderia trazer males incalculáveis – disseram-lhe.

Não necessariamente, de forma nenhuma. Não temos de abolir nada. Nem sequer temos de abolir o padrão ouro. Esqueçam simplesmente que existe um padrão ouro e, sempre que o Governo precisar de dinheiro para uma grande obra pública, em vez de pensarem em Obrigações com juros pesados, pensem em moeda redimível sem juros. Vocês têm consciência da quantia em juros que o nosso Governo paga? Vocês compreendem que 80 cêntimos de cada dólar arrecadado em impostos é gasto no pagamento de juros? A dívida nacional não é mais nem menos do que o montante da dívida em juros da nação. Qualquer obra pública neste país significa um aumento da dívida nacional. O montante de juros está a destruir todo o nosso sistema financeiro. Temos de parar algures.


Mas, num certo sentido, não haveria segurança por trás deste tipo de dinheiro – alguém sugeriu.

Haveria a melhor segurança do mundo. Têm aqui um rio capaz de fornecer um milhão de cavalos-vapor [aproximadamente 760 watt]. Está aqui há, digamos, 100 milhões de anos. Estará aqui enquanto houver chuva e montanhas a despejar a água da chuva para os rios. Esta energia é riqueza numa forma produtiva. Bem, o que é que é mais resistente, mais seguro, este lugar de energia e o seu desenvolvimento, ou os vários barris de ouro necessário para fazer 40 milhões de dólares. Este sítio, com todas as suas possibilidades energéticas, estará aqui muito depois do edifício das finanças ficar em ruínas. Mas vocês fizeram alguma estimativa?

Nós fizemos. Vamos tê-la pronta quando o Congresso quiser ouvir este plano. O dólar americano padrão vale aproximadamente uma vigésima parte de uma onça de ouro. Sob o novo sistema monetário, uma certa quantidade de energia exercida durante uma hora seria igual a um dólar. É simplesmente uma forma de pensar e calcular em termos diferentes do que aqueles que nos são fornecidos pelo grupo de banqueiros internacionais, nos quais crescemos tão habituados a pensar que julgamos que não existe outro padrão desejável. Temos de mudar as nossas mentalidades em relação a esta questão. A única diferença entre o plano da moeda e o plano das Obrigações é que no primeiro não existe juro a pagar e os comerciantes de dinheiro de Wall Street, que não fazem nada para construir a barragem e não merecem nada, não recebem um tostão.


Mas como é que tudo isto vai acabar com as guerras?

Simplesmente porque se for experimentado aqui em Muscle Shoals, este plano será um sucesso tão esmagador e extraordinário que o povo americano nunca mais consentirá na emissão de uma Obrigação a pagar juros para uma obra nacional. Quando o Governo precisar de dinheiro vai emitir moeda suportada pela riqueza natural perene. Os outros países ao observarem o nosso sucesso actuarão da mesma forma. A função do comerciante de dinheiro terá desaparecido.


Qual seria a atitude dos outros países ao aceitarem este dinheiro baseado em Muscle Schoals? Perguntaram-lhe.

Não haveria nenhuma dificuldade nisso. Alguma da nossa moeda, mesmo hoje, não é aceite por países estrangeiros no pagamento de dívidas; o ouro é a base internacional. Muscle Schoals é um assunto nacional e não internacional. Este dinheiro só seria usado no país.


Pensa que o Congresso responderá favoravelmente à sua sugestão?

Bem, sobre isso não sei. Talvez não, mas aposto que o americano médio se vai aperceber da rectidão, da solidez e do bom sendo disto. Mas, qualquer que seja o resultado desta sugestão, agirei no sentido de que nenhum especulador ganhe dinheiro de Muscle Schoals. Mesmo que tenha eu de ficar com toda a emissão de Obrigações, farei com que o juro vá no sentido de baixar o custo da obra. Compreendam que estou a sugerir uma forma melhor de financiar este projecto, mas se não acontecer assim, estaremos prontos para fazer o nosso melhor para poupar o povo da enorme carga de juros, suportando-o nós e devolvendo-o.

A minha ambição não é ser dono de Muscle Schoals, mas terminá-lo, desenvolvê-lo, colocá-lo em funcionamento, e prepará-lo para que nunca possa vir a ser explorado para fins privados, e que fique sempre ao serviço de todo o povo, que seja sua propriedade e operado em seu benefício.


quarta-feira, junho 03, 2009

Thomas Edison - É o controlo do dinheiro pelos banqueiros privados que constitui a raiz de todos os males

Em 1921, Henry Ford mostrou-se interessado em terminar a construção e obter a concessão da barragem Wilson Dam, iniciada pelo Governo em Muscle Shoals, no rio Tennessee, durante a guerra. Ford poderia tornar toda essa zona do Sul mais próspera, agricola e industrialmente, do que ela já alguma vez fora.

[Tradução minha]


Henry Ford afirmou o seguinte:

"Se vamos ficar ou não com a concessão de Muscle Shoals, essa será uma decisão do Congresso. Fizemos a nossa oferta - a única oferta construtiva feita para este empreendimento. Não pretendemos ganhar dinheiro com ele. Tiraremos um pequeno lucro, certamente, digamos 8 por cento, mas não pedimos 20 ou 30 por cento como outros fariam. Gostaríamos de construir aqui um bem grande e duradouro para o povo, que será propriedade dele e colocado ao seu serviço. Tudo o que peço ao Congresso é que me dê a oportunidade. E vou deixar isso nas vossas mãos, se me quiserem aqui, para ver o que é que o Congresso decide."


Thomas A. Edison apoiou os pontos de vista do Sr. Ford. Não só acredita que a grande central hidroeléctrica deveria ser construída e que a concessão devia ser entregue a Ford, como defende ardentemente a sugestão de Ford na qual o Governo pode avançar com a obra e tornar a operação possível sem custos, emitindo moeda com base no valor dos bens em vez de obrigações a pagar juros.

[Esclarecimento: uma Obrigação é o título de uma dívida, emitido por um Governo nacional ou empresa com o objectivo de obter fundos directamente dos mercados financeiros. O emissor compromete-se a devolver o valor nominal da Obrigação mais os juros.]


Apoio de Thomas Edison ao Plano Monetário de Henry Ford

Sobre o ponto de vista da sugestão do Sr. Ford para o Governo financiar a conclusão da barragem, o Sr. Edison reiterou a sua convicção, expressa ontem, de que era um bom plano e que, se por uma vez, o sistema de moeda fosse experimentado para arranjar dinheiro para obras públicas, este país não regressaria ao método clássico.

"Que fique perfeitamente claro que não estou a defender nenhumas mudanças nos bancos e no sistema bancário," disse o Sr. Edison. "Os bancos são um bem poderoso. São essenciais para o comércio do país. É ao comerciante de dinheiro, ao que tem lucros com o dinheiro, ao banqueiro privado, que eu me oponho. Eles obtêm o seu poder através do valor fictício e falso que é dado ao ouro."

"O ouro é uma relíquia dos tempos de Júlio César e o juro é uma invenção de Satanás." O Sr. Edison continuou. "O ouro é intrinsecamente de menor utilidade que a maior parte dos metais. A razão provável para ser mantido como a base do dinheiro é que é fácil de controlar. E é o controlo do dinheiro que constitui a questão do dinheiro. É o controlo do dinheiro que é a raiz de todos os males."


"Como é que este sistema pode ser melhorado ou alterado?" Perguntaram ao Sr. Edison.

"Pode ser feito de várias maneiras. Uma das formas seria produzir tanto ouro que a vantagem psicológica da sua posse seria desfeita. Se todos tivéssemos minas nos nossos quintais ou se ouro sintético pudesse ser feito e vendido a 10 cêntimos o quilo, o ouro desapareceria rapidamente como base do dinheiro. E estamos próximos disso; Há apenas alguns dias um cientista descobriu que o chumbo, um dos metais básicos, e até agora um elemento, é na realidade um composto. Não sabemos quão próximo estamos de descobrir que o ouro é, também, um composto. Toda a riqueza do mundo, segundo os nossos padrões actuais, pode ficar sem valor se for descoberto que o ouro pode ser produzido sinteticamente."


"Se isso acontecesse as pessoas já não teriam confiança nele. O dinheiro tem de ser abundante e o ouro não é abundante. Seria abundante se fosse extraído das minas em grandes quantidades como é possível, mas uma escassez artificial é mantida por aqueles que utilizam o ouro para monopolizar o dinheiro."

"Essa seria uma forma de o fazer – tornar o ouro tão abundante que se afundava o seu valor fictício e a superstição das pessoas com ele."


Tem de se esquecer o ouro

"Há também outra maneira – o método que o meu amigo Ford propôs no outro dia. Ele propôs seguir em frente e esquecer o ouro. Ele disse que o Governo pode financiar Muscle Shoals sem pedir licença aos comerciantes de dinheiro, e penso que ele tem toda a razão sobre isso."

"Evidentemente, enquanto o mundo tiver o ouro como base, temos de reconhecê-lo como um elemento no comércio internacional, mas não é necessário para o comércio dentro das nossas fronteiras. Nos negócios internos podemos esquecê-lo. E nós esquecemo-lo. Se toda a gente nos Estados Unidos subitamente exigisse ouro em troca do seu dinheiro, não haveria ouro suficiente."

"O ouro e o dinheiro são coisas distintas. O ouro é um mecanismo fraudulento pelo qual se pode controlar o dinheiro."

"O ouro não é dinheiro até que o povo dos Estados Unidos e de outras nações lhe coloque o seu selo. Não é o ouro que faz o dólar. É o dólar que faz o ouro. Tirem o dólar do ouro, e deixem-no apenas como um metal amarelo e o seu valor afunda-se. O ouro foi estabelecido por lei, tal como a prata o foi, e o ouro podia ser desestabilizado, retirado de circulação por lei, tal como a prata o foi. Quando a prata foi retirada de circulação o antigo dólar ficou a valer cerca de 50 cêntimos."


"Mas não levantaria nenhuma objecção a sugestão do Sr. Ford para que Muscle Shoals fosse financiada por uma emissão de dinheiro?" Perguntaram ao Sr. Edison.

"Certamente. Existe um conjunto completo de slogans enganadores para que não surja este tipo de senso comum entre as pessoas. As pessoas são tão ignorantes sobre aquilo que pensam que são as complicações do sistema monetário que são facilmente impressionadas pelas palavras pomposas. Haveria nova gritaria sobre dinheiro decretado pelo governo (fiat money) e papel-moeda e regresso ao greenback (antigo papel-moeda dos EUA), e tudo o mais – os mesmos velhos clamores com os quais as pessoas foram reduzidas ao silêncio desde o princípio."


"Mas talvez tenhamos passado o tempo em que só dois por cento das pessoas é que pensam no assunto. Cheguei à conclusão por um questionário que fiz que só dois por cento das pessoas é que pensam." E o Sr. Edison sorriu abertamente. "Talvez já não consigam silenciar durante mais tempo os pensadores americanos. A única dinamite que funciona neste país é a dinamite de uma ideia sólida. Penso que estamos a atingir uma ideia sólida na questão do dinheiro. As pessoas têm um instinto que lhes diz que alguma coisa está errada, e que o erro está de alguma maneira centrado no dinheiro. As pessoas têm também um instinto que lhes diz quando uma proposta é feita no seu interesse ou contra ele."


Baseado no solo e na energia

"Agora, quanto ao chamado papel-moeda, todos sabem que o papel-moeda é o dinheiro dos povos civilizados. Quanto mais avançada é a civilização menos moedas se vêem. É tudo notas e cheques. O que são notas e cheques? Meras promessas e ordens de pagamento. Em que é que estão baseados? Principalmente em duas fontes – na energia humana e na terra produtiva. A humanidade e o solo – são a única base real do dinheiro."

"Não deixem que os confundam com o clamor do 'papel-moeda.' O perigo do papel-moeda é precisamente o perigo do ouro – se temos muito perde o valor. Dizem que temos todo o ouro do mundo agora. Bem, em que é que isso nos beneficia? Quando a América fica com todas as fichas de um jogo esse jogo acaba. Estaríamos numa situação melhor se tivéssemos menos ouro. Na realidade, estamos a tentar vermo-nos livres do nosso ouro para pôr as coisas a andar. Mas a máquina do comércio está emperrada. Demasiado papel-moeda funciona da mesma forma. Só há uma regra para o dinheiro, que é, ter o suficiente para levar a cabo todo o comércio legítimo que está à espera de entrar em funcionamento. Muito pouco ou em excesso é igualmente mau. Mas o suficiente para impulsionar o comércio, o suficiente para evitar a estagnação por um lado e não demasiado para permitir a especulação por outro, é a proporção correcta."


"Então não vê nenhuma diferença entre a moeda e as obrigações do Governo?" Perguntaram ao Sr. Edison.

"Sim, há uma diferença, mas nem é a semelhança nem a diferença que é determinante para a questão; a estratégia está direccionada para evitar que as pessoas pensem em moeda e obrigações em conjunto e as possam comparar. Se as pessoas chegarem a pensar em obrigações e em notas ao mesmo tempo, o jogo acabou."


"Portanto, aqui está o Sr. Ford a propor financiar Muscle Shoals com uma emissão de moeda. Muito bem, vamos supor por um momento que o Congresso segue a proposta. Pessoalmente, acho que o Congresso não tem imaginação suficiente para o fazer, mas vamos supor que o faz. A soma pedida é autorizada – digamos 30 milhões de dólares. As notas são emitidas directamente pelo Governo, como todo o dinheiro deveria ser. Quando os trabalhadores são pagos recebem estas notas dos Estados Unidos. Quando o material é comprado, é pago nestas notas dos Estados Unidos. Talvez as notas tenham impressa uma barragem, em vez de uma linha de comboio ou de um navio, como têm algumas das notas da Reserva Federal. Serão iguais a qualquer outra moeda emitida pelo Governo: ou seja, serão dinheiro. Serão baseadas na riqueza pública que já existe em Muscle Shoals, e a sua circulação aumentaria a riqueza pública, não apenas o dinheiro público mas a riqueza pública – riqueza verdadeira."

"Quando estas notas tiverem cumprido o propósito de construir e concluir Muscle Shoals, seriam retiradas de circulação em virtude dos ganhos da barragem eléctrica. Quero dizer, o povo dos Estados Unidos recuperaria tudo o que gastaram em Muscle Shoals e tudo o que esta lhes dará no futuro – a criação de riqueza sem fim da força da água do grande Rio Tennessee – sem impostos nem aumento da dívida nacional."

"Mas suponham que o Congresso não percebe isto, então o que é que acontece?" Perguntou o Sr. Edison.

"Bom, o Congresso cairá na maneira clássica de fazer negócio. Tem de autorizar uma emissão de obrigações. Ou seja, terá de ir ter com os comerciantes de dinheiro e pedir emprestado o suficiente da nossa própria moeda nacional para aproveitar os grandes recursos naturais, e então temos de pagar juros aos comerciantes de dinheiro pelo uso do nosso próprio dinheiro."

Uma Obrigação (Bond) no valor de 25 dólares


Os métodos clássicos aumentam a Dívida Pública

"O que significa que, segundo o método clássico, de cada vez que queremos aumentar a riqueza nacional somos obrigados a aumentar a dívida nacional."

"Ora, É isto que Henry Ford quer evitar. Ele acha estúpido, e eu também, que pelo empréstimo de 30 milhões de dólares do seu próprio dinheiro, o povo dos Estados Unidos vá ter de pagar 66 milhões de dólares – que é o capital inicial mais o juro. Pessoas que não mexerão uma palha nem contribuirão com um grama de material vão receber mais dinheiro dos Estados Unidos do que os que contribuíram com os materiais e fizeram o trabalho. É este o grande mal do juro. Em todas as nossas grandes emissões de obrigações, o juro é sempre maior que o capital em dívida. Todas as grandes obras públicas custam mais do dobro por causa disso. No sistema actual de fazer negócios acrescentamos simplesmente 120 a 150 por cento ao custo inicial."

"Mas pensem nisto: se a nossa nação pode emitir uma obrigação no valor de um dólar, então pode emitir uma nota de um dólar. O que faz a obrigação aceitável faz a nota também aceitável. A diferença entre a obrigação e a nota é que a obrigação possibilita aos comerciantes de dinheiro receberem o dobro do valor da obrigação e um adicional de 20 por cento, enquanto a moeda não paga a ninguém, excepto àqueles que contribuíram directamente para a Muscle Shoals de uma forma útil."

"Se o Governo emite obrigações, simplesmente induz os comerciantes de dinheiro a retirar 30 milhões de outros canais comerciais e a entregá-los ao Muscle Shoals; se o Governo emitir moeda, abastece-se a si próprio com dinheiro suficiente para aumentar a riqueza nacional em Muscle Shoals sem perturbar o comércio do resto do país. E ao fazê-lo aumenta o seu rendimento sem acrescentar um tostão à sua dívida."

"É absurdo afirmar que o nosso país pode emitir 30 milhões em obrigações e não pode emitir 30 milhões em moeda. Ambas são promessas de pagamento; mas uma promete engordar o usurário e a outra ajuda o povo. Se a moeda emitida pelo Governo não fosse boa, então as obrigações emitidas também não prestariam. É uma situação terrível quando o Governo para aumentar a riqueza nacional tem de se endividar e submeter-se à cobrança de juros ruinosos às mãos de homens que controlam os valores fictícios do ouro."

"Vejam a coisa da seguinte forma: se o Governo emite obrigações, os correctores de títulos vão vendê-las. As obrigações serão negociáveis; serão consideradas papéis negociáveis. Porquê? Porque o Governo está por trás delas, mas quem está por trás do Governo? O povo. Portanto é o povo que constitui a base do crédito do Governo. Portanto porque é que então o povo não pode usufruir do benefício de seu próprio crédito em papel negociável não tendo de pagar juros para o Muscle Shoals, em vez dos banqueiros receberem o benefício do crédito do povo em obrigações com juros?"


As pessoas têm de pagar de qualquer maneira

"As pessoas têm de pagar de qualquer maneira; porque é que são obrigadas a pagar o dobro, que o sistema de obrigações as força a pagar? O povo dos Estados Unidos sempre aceitou a moeda do seu Governo. Se o Governo dos Estados Unidos adoptarem esta política de aumentar a riqueza nacional sem contribuir para os receptores de juros – já que toda a dívida nacional é onerada por juros – então veríamos uma era de progresso e de prosperidade neste país que não poderia ser obtida de outra forma."


"Vai ter algum papel no esboço da política aqui proposta?" Perguntaram ao Sr. Edison.

"Estou só a expressar a minha opinião como cidadão." Disse. "A ideia de Ford não tem falhas. Eles não vão gostar. Vão combatê-la, mas o povo deste país deve levá-la em conta e pensar sobre ela. Acredito que aponta o caminho para muitas reformas e realizações que não podem ser feitas sob o antigo sistema."

segunda-feira, junho 01, 2009

Congressista Jerry Voorhis - O Banco Central Americano é 100% privado e cobra juros pelo dinheiro que "empresta" aos EUA


De Wikipedia:

Horace Jeremiah "Jerry" Voorhis (1901 – 1984) foi um político Democrata da Califórnia. Serviu durante cinco mandatos na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Foi o primeiro oponente político de Richard Nixon, que o derrotou na reeleição em 1946 em que Voorhis foi citado como um exemplo de «red-baiting», táctica usada por Nixon que consiste em acusar alguém de ser demasiado esquerdista com o objectivo de o desacreditar.

Em dez anos no Congresso, Voorhis foi um apoiante leal do New Deal. O maior feito legislativo de Voorhis foi a Voorhis Act de 1940, que obrigava ao registo de certas organizações controladas por poderes estrangeiros.

Numa carreira de escritor que se estendeu por meio século, Voorhis escreveu vários livros, e trabalhou durante quase vinte anos a seguir à sua derrota com Nixon como executivo no movimento cooperativo.


Excerto de - Jerry Voorhis, The Strange Case of Richard Milhous Nixon, 1973

THE FEDERAL RESERVE

[Tradução minha]

A Constituição dos Estados Unidos diz: "O Congresso terá o poder de criar moeda e regular o seu valor." O Congresso não faz tal coisa, o que constitui o cerne dos nossos problemas. Os bancos privados criam o nosso dinheiro e regulam o seu valor. Ao fazê-lo, eles retiram ao governo e ao povo dos Estados Unidos uma boa parte da soberania, uma boa parte do poder de cobrar impostos, e a chave para uma economia próspera sem inflação.

Por exemplo, ao testemunhar perante a Comissão de Banca e Moeda da Câmara dos Representantes, em 1935, Marriner Eccles, então Presidente do Conselho da Reserva Federal, disse: "Ao comprar emissões de títulos do tesouro, o sistema bancário como um todo cria dinheiro novo, ou depósitos bancários. Quando os bancos compram mil milhões de dólares de títulos do tesouro tal como são emitidos – e tem de se considerar o sistema bancário como um todo, como uma unidade – os bancos creditam a conta de depósitos do Ministério das Finanças em mil milhões de dólares; ou criam, na realidade, através de um movimento contabilístico, mil milhões de dólares."

O depoimento do Sr. Eccles é tão verdadeiro hoje como era na altura em que o fez. Eis como funciona: O sistema de banca privada do nosso país cria o nosso dinheiro sob a forma de depósitos à ordem nos livros bancários. O motivo pelo qual pode fazer isto é porque a nenhum banco é exigido que possua nos seus cofres nada que se pareça com a quantidade de dinheiro que os seus depositantes pensam que eles têm nos bancos.

Aos bancos é apenas exigido pelo Sistema de Reserva Federal (Banco Central Americano), ao qual os bancos pertencem seguramente, que tenham nos seus cofres qualquer coisa entre um dólar e um dólar e meio por cada dez dólares em depósitos à ordem nos seus livros. Portanto, por cada dólar ou dólar e meio que as pessoas – ou o governo – depositam num banco, o sistema bancário pode criar a partir do nada (out of thin air) e com um rabisco de caneta cerca de dez dólares de dinheiro em livros de cheques ou depósitos à ordem. Pode emprestar e colocar em circulação os dez dólares desde que possua um dólar ou pouco mais para o apoiar.

Isto é, evidentemente, o "sistema de reservas fraccionais" bancário. É mais ou menos controlado pelo Sistema de Reserva Federal, cujas únicas acções são propriedade dos bancos privados do Sistema de Reserva Federal. Nem uma única dessas acções é propriedade do governo ou do povo dos Estados Unidos, embora, se o termo "soberania nacional" tivesse algum significado, estes bancos emissores deveriam ser propriedade da nação.

Mas o que é que realmente acontece quando o nosso governo incorre em défice financeiro? A forma mais óbvia pela qual o governo pode colocar mais poder de compra nas mãos das pessoas é pondo ele mesmo mais dinheiro em circulação do que aquele que vai buscar em impostos. A tragédia é que, até agora, a única forma que o nosso governo arranjou para gastar mais dinheiro do que recebe (por impostos) é forçando esta nação soberana a pedir emprestado o seu próprio crédito de fontes privadas.

Isto tem sido verdadeiro, não obstante o facto de que se o défice financeiro cumprisse o seu objectivo iria aumentar a produção e o comércio, expandia as receitas fiscais e alargarva a base de crédito governamental.

Na medida em que os títulos do tesouro são vendidos a dinheiro a indivíduos ou a compradores institucionais que não os bancos, o governo está a retirar de circulação aproximadamente tantos dólares como os que repõe quando gasta o dinheiro.

Para atingir este propósito, o défice financeiro deve resultar na criação de dinheiro novo, e na sua utilização para aumentar o poder de compra. Só se isto acontecer é que se dará o estímulo para as fábricas paradas voltarem à laboração, ou para a criação de mais emprego.

Nestas circunstâncias o que tem de acontecer é que o crédito desta grande nação deve partir directamente do governo – sem entrar em dívidas imoderadas.

Já que o crédito desta e de qualquer nação resulta honestamente da produção de riqueza da nação somada ao poder do governo de cobrar impostos. Uma nação como a dos Estados Unidos possui portanto uma quase ilimitada quantidade de crédito. Se não fosse assim não teria conseguido persuadir investidores a comprar 480 mil milhões de obrigações governamentais.

Para qualquer percentagem pode ser previsto que a produção e, por conseguinte, potenciais receitas fiscais irão aumentar em resultado do aumento do défice, equivalente ao aumento do mesmo volume de crédito da nação e do seu Governo. Esta percentagem do volume de crédito do dinheiro previamente em circulação deve aparecer nos livros do Ministério das Finanças como uma entrada de crédito tal como as receitas fiscais. Para que seja apenas contabilidade racional e adequada. Seria também contabilidade moralmente correcta. E daria algum sentido à ideia do Sr. Nixon de "um orçamento para o pleno emprego".

Mas não é nada disto que acontece. Em vez disso, o governo soberano dos Estados Unidos vai, com o chapéu na mão, ao sistema de bancos privados e pede-lhe para criar o dinheiro novo que a economia precisa. O governo dá – esta palavra é usada deliberadamente – dá ao sistema bancário, incluindo os bancos da Reserva Federal, obrigações do Governo, a dívida de todas as pessoas. Obrigações com juros, ou seja, obrigações com a maior taxa de juro sob o regime actual que os bancos decidam pedir. De outra forma os bancos não compram as obrigações. Os bancos "compram" as obrigações com entradas em depósitos à ordem criados nesse momento nos seus livros – nada mais. É a árvore (escriturada) das patacas e muito mais inflacionária do que o mesmo número de notas de dólar criadas pelo Governo. Os depósitos que os bancos criam e graças aos quais se tornam os donos das dívidas das pessoas são apoiados por nada, excepto pelas próprias obrigações! Por outras palavras, são apoiadas pelo crédito do povo americano.

O que o governo pediu "emprestado" aos bancos, e sobre o qual o povo terá de pagar juros durante anos, não é mais nem menos do que o crédito da nação, o qual, obviamente, a nação possuía à partida ou as obrigações não teriam valor nenhum!

Finalmente, há poucos anos a Reserva Federal reconheceu tacitamente estes factos. Como resultado directo da lógica e implacável agitação de membros do Congresso, liderados pelo Congressista Wright Patman assim como outros especialistas em política monetária, a Reserva Federal começou a pagar às finanças dos Estados Unidos uma parte considerável dos seus ganhos em juros das obrigações governamentais. Isto foi consumado sem comunicação pública e poucas pessoas, ainda hoje, sabem que está a acontecer. Isto foi feito, muito obviamente, como reconhecimento de que os Bancos da Reserva Federal estavam a agir por um lado como um banco nacional de emissão, criando o dinheiro da nação, mas por outro lado cobrando o juro da nação a seu favor – o que nenhum banco nacional emissor, de modo concebível ou de alguma forma justa, se atreveria a fazer.

Mas isto é apenas parte da história. E a menos desencorajadora. Porque no que aos bancos comerciais diz respeito, não existe reembolso do dinheiro do povo.

Quando os bancos comerciais criam dinheiro, o que fazem quando adquirem obrigações do governo, eles impões um imposto sobre todas as pessoas dos Estados Unidos. Isto é assim porque cada novo dólar que é criado faz com que cada dólar que já existe valha um pouco menos do que valia antes. É este o verdadeiro cerne da inflação.

É também cobrança de impostos sem representação mais violenta. Até este sistema ser mudado, a nossa dívida continuará a disparar sem limite e a fixação de tectos para a dívida pelo Congresso continuará a ser um exercício absolutamente fútil.


O que é que tem de ser feito?

Os bancos têm de emprestar dinheiro existente. Mas, tal como a Constituição claramente exige, o dinheiro (ou crédito) da nação nunca deveria ser criado por nenhuma agência bancária, mas antes uma agência da própria nação. É dever do Congresso estabelecer isto por um estatuto cuidadosamente delineado.

As obrigações que estão nos Bancos da Reserva Federal deveriam ser adquiridas pelo governo aos seus actuais proprietários - os bancos privados. A Reserva Federal tornar-se-ia então o nosso banco nacional emissor. Deveria criar Crédito Bancário como faz agora. Mas esse crédito devia ser creditado ao Ministério das Finanças dos Estados Unidos, e não cobrado às pessoas como dívida. Esse novo crédito devia ser criado todos os anos à medida que fosse necessário para manter a nossa economia a funcionar ou próximo disso – e não mais do que isso. Um nível estável dos preços pode resultar. Então, e só então, podemos esperar ultrapassar recessões, pôr as pessoas a trabalhar, e fazê-lo sem o risco da inflação e da dívida sempre crescente da qual não há saída sob o actual sistema monetário.



Excerto de - Jerry Voorhis, Beyond Victory, 1944

Como nacionalizar o crédito

O Congresso deveria tomar medidas para a compra governamental das acções dos 12 bancos centrais da Reserva Federal dos bancos membros que hoje possuem esse capital. Isto custaria 144 milhões de dólares em números redondos, e corrigiria a actual situação anómala de um banco emissor em mãos privadas. Os Bancos da Reserva Federal poderiam então criar dinheiro sob a forma de entradas de crédito do Banco da Reserva Federal nos seus livros contabilísticos como fazem agora. Uma "Conta de Crédito Nacional" (em contraste com a actual dívida nacional) podia ser estabelecida nos livros do banco central a favor do Ministério das Finanças dos Estados Unidos. A esse montante seriam creditados todos os anos os montantes de recentemente criado "crédito do Reserve Bank" que forneceria um aumento no poder de compra necessário para manter estável a balança económica e o nível dos preços estáveis.

O Ministério das Finanças passaria cheques sobre essa conta e procederia aos pagamentos a quem o governo devesse dinheiro, acrescentando, desta forma, esse dinheiro ao poder de compra. Assim, toda a nação tiraria partido da oferta de dinheiro adicional cujo próprio crescimento tornou necessário. Não haveria lugar a juros, mas apenas uma transacção contabilística entre duas agências públicas. Se houvesse ameaça de inflação e fosse desejável reduzir o volume de dinheiro em circulação, o processo poderia ser revertido e o Ministério das Finanças podia transferir uma parte das suas receitas fiscais para os bancos centrais para anulação e retirada de dinheiro para recuperar a estabilidade.



Comentário:

Não obstante os esforços do congressista Jerry Voorhis e de tantos outros, os banqueiros mantêm, majestática e impunemente, o seu monopólio de criação de dinheiro:


No princípio dos anos 1930, os banqueiros, a única fonte de dinheiro e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, lojas e quintas. Contudo, os pagamentos dos empréstimos existentes foram exigidos, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. Existiam bens para serem vendidos, empregos para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.

Por este esquema simples a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas de milhar de quintas, casas e empresas. Às pessoas era dito que "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro era pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus pertences, das suas poupanças e da sua propriedade.

Dado que hoje voltamos a entrar em «recessão», que nada mais é que uma repetição dos anos 1930, em que os banqueiros retiram dinheiro de circulação para paralisar a economia e apoderarem-se a preços de saldo dos bens dos cidadãos e empresas, e sabendo que jornalistas e políticos são meros funcionários bancários, talvez não fosse pior trocar a inofensiva arma do voto por algo mais assertivo: