quinta-feira, maio 31, 2007

TV Blogo – Tête à tête entre Putin e Sócrates. E, ainda, reportagem sobre a fértil imaginação do subsecretário americano da defesa, Douglas Feith

Benvindos à terceira emissão da TV Blogo

Reportagem do encontro de Sócrates com o presidente Putin. O presidente russo manteve uma atitude fria e nas parcas palavras que trocou com Sócrates, Putin, nos seus argumentos, revelou uma difusa semelhança com Santana Lopes.

Na América, com Jon Stewart do Daily Show, vamos ficar a saber como o subsecretário de estado da defesa, Douglas Feith, considerado por muitos um dos maiores burros da política americana, descobriu, compilou e apresentou as provas fictícias da ligação de Saddam Hussein à Al-Qaeda, que conduziram à invasão do Iraque.


quarta-feira, maio 30, 2007

Falha técnica

Por motivos alheios à nossa vontade, este blog está...



Retomaremos a emissão do TV Blogo dentro de momentos...

Fuck 'em!

segunda-feira, maio 28, 2007

TV Blogo - Presciência de Almeida Santos e Atentado falhado na América

Benvindos à segunda emissão da TV Blogo

Nesta emissão são abordadas as acertadas premonições de Almeida Santos quanto à construção de um aeroporto a sul do rio Tejo e de mais um atentado terrorista falhado da Al-Qaeda nos EUA.

Confirmaram-se, infelizmente, os piores receios de Almeida Santos quanto à possibilidade de um atentado às pontes sobre o Tejo no caso da construção de um novo aeroporto na margem sul do rio. Num comunicado, colocado há pouco na Internet, Ayman al-Zawahiri, o número 2 da Al-Qaeda, ameaça fazer explodir as pontes caso seja essa a opção do governo Sócrates.

Nos Estados Unidos, Jon Stewart do Daily Show traz-nos, também, a notícia de atentado falhado de seis islamitas radicais contra um quartel americano. Ao que parece, os terroristas não sabiam que, na América, os quartéis são os locais onde são guardadas as armas e onde estão as pessoas treinadas para as usar.


sábado, maio 26, 2007

Luís Nobre Guedes – um bloquista encapotado ou um enfermo afortunado?

Luís Nobre Guedes - Jornal Expresso – 26 de Maio de 2007

“Em Portugal uma concepção liberal seria uma catástrofe social”

Jornalista - "Porque é que um liberal há vinte anos sente que hoje o liberalismo já não é solução?"

Nobre Guedes - "Porque o mundo mudou. Hoje há um fenómeno de globalização completamente incontornável e houve fenómenos que vão ao arrepio daquilo que se pensava que pudesse ser a evolução da sociedade. Hoje há mais ricos e há mais pobres. Há um fosso maior entre ricos e pobres, entre países ricos e pobres. Há uma ideologização do sucesso pelo sucesso, de que o dinheiro é o único valor, coisas com as quais eu não posso concordar."

(…) "tenho dificuldade em aceitar algo como o Compromisso Portugal. É uma visão da sociedade de quem não anda com os pés assentes na terra. Todas essas teorias da revolução liberal cairiam se essas pessoas saíssem dos seus escritórios e das suas consultoras bem instaladas e passassem uma semana no Hospital de São José, a ver o que é a pobreza, ou se fossem à Pampilhosa da Serra ver o que é a desertificação, o Interior. Existem dois milhões de pessoas em Portugal que vivem abaixo de 60% da média nacional, há cerca de 21% da sociedade portuguesa que vive em risco de pobreza, e 15% há mais de dois anos, e as crianças e os idosos são os mais afectados. Contra estes fenómenos todos eu não acho que seja possível substituir o Estado. A primeira preocupação do Estado tem que ser responder a estes fenómenos de extrema injustiça e pobreza, que é crescente em Portugal. Num país como o nosso o Estado não pode deixar de ter uma intervenção que é insubstituível."


Jornalista - "O que está a dizer é que não se pode confiar no mercado para resolver esses problemas. Mas mesmo os liberais admitem que o Estado crie uma rede de segurança que previna situações extremas..."


Nobre Guedes - "Estou a falar de mais do que isso. Acho que o Estado é insubstituível em dois domínios fundamentais. Primeiro, dar alguma segurança e garantia relativamente aos direitos adquiridos em termos de pensão de reforma. Hoje vive-se em Portugal um sentimento novo, o receio generalizado das pessoas ao ver que aquilo que era intocável pode ser tocado – as pensões de reforma. Depois, a saúde. Há que ter a noção que o nosso sistema não é tão mau quanto o pintam, mas pode ser melhor, e é a única forma de dar um mínimo de segurança em termos de saúde às pessoas que não têm outros meios. Eu costumo dizer que estou aqui porque sou rico, se não fosse rico tinha morrido com o [problema de saúde] que tive. Mesmo admitindo que algumas coisas têm que mudar para salvar o essencial, não tenho dúvidas nenhumas que num país como o nosso uma concepção liberal seria uma catástrofe social, por isso não acredito nesses discursos que são muito sedutores, muito retóricos, mas que não têm nada a ver com a realidade."

(…) "E não tenho dúvidas nenhumas de que as soluções liberais, por exemplo para a saúde, são más soluções. Porque as pessoas não têm muitas vezes sequer o dinheiro para o transporte para irem ao hospital, essa é que é a realidade! Não é o Portugal imaginário das estatísticas e das consultoras."


Comentário:

Luís Nobre Guedes afirma que se não fosse rico teria morrido com o problema de saúde que o atingiu. O que nos leva a questionar: quantos portugueses morrem por ano por não terem dinheiro suficiente para se tratarem? E quantos mais morrerão com a privatização da segurança social, verdadeiro cavalo de batalha da rapaziada do «Compromisso Portugal»? Não haverá uma virose pestilenta, resistente a contas bancárias chorudas, que se entranhe nestes bravos paladinos do «laissez faire, laissez mourir»?

quinta-feira, maio 24, 2007

Uma nova «emergência catastrófica» para a América nos planos de Bush?

Global Research, 21 de Maio de 2007


A administração Bush publicou uma directiva chamada «Directiva Presidencial de Segurança Nacional e Segurança Interna» «National Security and Homeland Security Presidential Directive». A directiva publicada a 9 de Maio de 2007 passou praticamente desapercebida nos órgãos de informação e nos media alternativos. Nesta directiva, Bush declara que no caso de uma emergência catastrófica, o Presidente terá todos os poderes para assegurar as actividades do Governo constitucional. Esta directiva tornaria, de facto, o Presidente num ditador em caso de uma tal emergência.

A directiva define uma «emergência catastrófica» da seguinte forma:

Emergência catastrófica significa qualquer incidente, em qualquer lugar, que resulte em níveis extraordinários de mortes em massa, danos, ou graves perturbações que afectem a população norte-americana, infra-estruturas, ambiente, economia ou funções governamentais.

"Catastrophic Emergency" means any incident, regardless of location, that results in extraordinary levels of mass casualties, damage, or disruption severely affecting the U.S. population, infrastructure, environment, economy, or government functions".

O que é que isto significa? A directiva é puramente subjectiva e não fornece nenhuma definição real e concreta a que uma tal emergência conduziria. Partindo do princípio que tal significa um desastre do calibre dos ataques do 11 de Setembro ou do Katrina, não há dúvida que os Estados Unidos irão experimentar uma emergência do mesmo nível daqueles eventos.

quarta-feira, maio 23, 2007

No Jornal Expresso - a timidez doentia de dois professores universitários que defendem a opção do aeroporto da Ota


Um artigo, ocupando cerca de 2/3 da página 53 do 1º Caderno do Expresso de 12 de Maio de 2007, tendo por título "Ota: a melhor solução" é assinado por Jorge Gaspar e Manuel Porto da «Univ. Lisboa, Univ. Coimbra».

Os autores ao escreverem no fim do artigo (Univ. Lisboa, Univ. Coimbra) não esclarecem porque não escreveram sequer «Prof.» e muito menos «Prof. de», quase parecendo envergonhados das doutas qualidades que certamente possuem para nos esclarecer em tão tormentoso assunto.

Tratam-se, afinal:

Do excessivamente envergonhado Jorge Manuel Barbosa Gaspar, que foi Director do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa até 2002, tendo realizado já em 1999 um estudo sobre "A localização do Novo Aeroporto Internacional no Contexto do Desenvolvimento do Território", para o Conselho Empresarial do Centro.

E do desnecessariamente complexado Manuel Carlos Lopes Porto, ex-Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e, até 2005, Presidente da Assembleia Geral da Ana, Aeroportos e Navegação Aérea.

No artigo de opinião, estes especialistas apresentam, entre outras pérolas, os seguintes argumentos de peso:

- A Ota fica no "centro de gravidade" (do território?) a Norte do Tejo (!!!);

- A OTA é "a principal zona logística do País e está na proximidade de Espanha" (!!!);

- A OTA tem "excelentes acessibilidades terrestres, nacionais e internacionais" (!!!);

- "92% dos utilizadores do Aeroporto de Lisboa estão a Norte do Tejo" (onde é que se foi buscar a exacta percentagem de 92%? Talvez, se não se contar os estrangeiros e se não for considerado o aeroporto da cidade do Porto);

- Que o turismo na costa alentejana seria um turismo de massas desqualificado se o aeroporto ficasse a sul do Tejo (mas se ficar a norte, já será um turismo qualificado???);


Comentário:

O que levará homens com tanta formação académica e profissional a tal recato curricular
? Que os terá levado a resguardar o riquíssimo background profissional neste campo, um com um trabalho sobre a localização do Novo Aeroporto Internacional para o Conselho Empresarial do Centro, e outro, com a valiosa experiência como Presidente da Assembleia Geral da Ana, Aeroportos e Navegação Aérea?

Falsa modéstia, timidez doentia, as duas coisas ou nenhuma delas?

segunda-feira, maio 21, 2007

Sócrates - Vá [trabalhar] para fora, [estatisticamente empregado] cá dentro

Sócrates, em Janeiro de 2005, apresentou formalmente as «bases programáticas» que o levaram ao poder. Delas constavam:

a) Criação de 150 mil novos postos de trabalho.

b) Retirar da pobreza 300 mil idosos.

Quanto à criação dos 150 mil novos postos de trabalho, a meio da legislatura, Sócrates tem vindo a cumprir os prazos:

Fábrica de Conteúdos: «O número de trabalhadores portugueses em Espanha aumentou 4% entre Janeiro e Abril deste ano, uma subida que corresponde a 75 mil indivíduos

«O aumento do número de trabalhadores portugueses em Espanha foi superior ao total registado por todos os estrangeiros a trabalhar no país. Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais revelam que os trabalhadores portugueses representam actualmente 12% do total de imigrantes provenientes da União Europeia (UE), ou seja 625.454 mil pessoas, representando a maior comunidade europeia depois da romena, com 187 mil trabalhadores.»

Diário de Notícias: «Desemprego empurra 75 mil para Espanha - a ilusão de um melhor salário [para os portugueses que emigram] está, em muitos casos, a ter um sabor amargo. Somam-se os casos de exploração da mão-de-obra portuguesa, em condições de quase escravatura, em países como a Espanha e a Holanda e de agressões de índole racista no Reino Unido ou na Irlanda.»


Dada a capacidade inventiva e o engenho que o nosso Primeiro-Ministro tem dado provas (capaz de impingir dez estádios inúteis a uma população amorfa), nem ouso imaginar que solução terá Sócrates maquinado para reduzir drasticamente os 300 mil pobres idosos no nosso país:


domingo, maio 20, 2007

Sócrates, a Ota e as Grã-Cruzes da Ordem da Jarreteira

Miguel Cadilhe - Jornal Expresso – 19 de Maio de 2007

«O NAL, novo aeroporto de Lisboa, é o tema do livro ‘O Erro da Ota e o Futuro de Portugal’. Depois de o ler, reforcei a opção ‘Portela+1’. Não gosto de destruir boas infra-estruturas, nem o país pode com isso. Prefiro conservá-las bem. Fecha-se a Portela e destrói-se o que lá está, mas porquê? Bane-se a hipótese do ‘+1’, mas porquê? Ergue-se, de raiz, o mais caro de todos, mas porquê? Subalterniza-se o efeito dos voos «low cost», e o do TGV, e o do preço final ao cliente, mas porquê? Não há uma ‘análise custos-benefícios’, completa e independente, do NAL e suas alternativas, mas porquê?»

«Que diabo, Portugal não é um país rico. A solução Ota, mais seus acessos, mais obras intercalares da Portela e, depois, a integral delapidação (sim, claro, pronto que esteja o NAL), mais imprevistos do costume, tudo poderá rondar os 5 a 6 mil milhões de euros só de investimento. Uma enormidade! Uma péssima consignação de recursos


Comentário:

Miguel Cadilhe levanta inúmeros porquês (contei pelo menos cinco) sobre o novo aeroporto da Ota, fazendo-nos até duvidar sobre a seriedade e os motivos que levam Sócrates e os seus ministros a defender com unhas e dentes esta solução para os «graves problemas aéreos» que impendem sobre o nosso rectângulo.

Nesta diatribe, Cadilhe esquece, infelizmente, o supremo porquê: o brio e a persistência do grande estadista, a honra da obra magnificente, a distinção pelo feito histórico e a medalha pelo trabalho de excepção.

Sócrates quer repetir na Ota o que conseguiu com os Estádios do Euro 2004, desta vez numa escala muito maior. António José Seguro lembrou em 2005: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates".

E, embora a imprensa tenha procurado desvalorizar o impacto positivo dos Estádios do Euro: "Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas», a que se somou o ataque sórdido do Tribunal de Contas: "As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos", o certo é que os vindouros não deixarão de enaltecer a visão, a largueza de vistas e a genialidade de um homem que tão boa nota teve na prova de «inglês técnico».

Depois da Ota, todos se perguntam quantas Grã-Cruzes da Ordem da Jarreteira, bordadas a ouro e pedrarias, poderá o contribuinte português pagar para ornamentar o peito ufano e viril de «Herr ingenieur».

sexta-feira, maio 18, 2007

TV Blogo - o canal televisivo da blogosfera

Inauguro com este post a TV Blogo. A TV Blogo é um canal televisivo que pretende constituir uma lufada de ar fresco no panorama audiovisual nacional.

Enquanto os jornalistas criticam os políticos e os bloggers criticam os jornalistas e políticos, a TV Blogo vai criticá-los a todos por igual – políticos, jornalistas e bloggers.

De um lado, políticos competentes, jornalistas honestos e bloggers inteligentes. E, do outro, políticos corruptos, jornalistas venais e bloggers idiotas (yes Lidador, I'm also talking to you).

Nesta primeira emissão, para além de uma apresentadora espectacular (fruto da mais avançada tecnologia de inteligência artificial (autêntico)), temos também um genérico da TV Blogo bastante sugestivo e mais um momento de extraordinário humor, com Jon Stewart do Daily Show, no qual o Primeiro Ministro israelita Ehud Olmert adormece na sessão em que é pedida a sua demissão pela incompetência demonstrada na guerra com o Líbano.


terça-feira, maio 15, 2007

Nos EUA - por trás de um grande Presidente está sempre um grande Procurador Geral

Dando uma fiel imagem da actual escumalha que governa a América, o Procurador Geral dos EUA, Alberto Gonzalez, depôs perante o Senado sobre a polémica demissão de oito procuradores federais que não apoiavam sistematicamente as políticas de Bush.

Gonzalez repetiu mais de cinquenta vezes que não se recordava da reunião onde a demissão de oito procuradores foi decidida.


Bush: O Procurador apresentou-se perante o Comité e prestou um depoimento muito cândido, respondendo de forma honesta a todas as perguntas que podia responder e aumentando a confiança que deposito nele para este cargo.

Jon Stewart: O Procurador Geral nem se lembra dos pormenores de uma decisão importante que andava a preparar há anos e que sabia que teria enormes repercussões políticas.

John Oliver: Realmente é difícil de compreender e foi por isso que o Presidente ficou tão bem impressionado.


Mais pormenores com Jon Stewart:

Vídeo – 4:54m


segunda-feira, maio 14, 2007

João Marcelino do Diário de Notícias - um jornalista medíocre ou um aldrabãozito de merda?

Diário de Notícias - 14 de Maio de 2007

«Se a guerra no Iraque começou entre enorme polémica, a do Afeganistão foi alvo de uma quase unanimidade, pelo menos entre os aliados dos EUA. O inimigo era óbvio e em cada mulher de burka havia uma razão para fazer esta guerra. Não por acaso, as forças da NATO - Portugal incluído - rapidamente tomaram o terreno.»

«Depois todos nos esquecemos de que o Afeganistão existia por entre o folclore dos fatos engraçados do Presidente Karzai e os relatos dos jornalistas em reportagens que falavam da liberdade.»

«Esse esquecimento foi também sentido pelas tropas. Com o Iraque a ferro e fogo, os EUA negligenciaram esta guerra que parecia ganha. As forças da NATO começaram a não gerir o terreno. O Governo não conseguiu impor a ordem. E os talibãs aproveitaram o vazio. Para voltar a combatê-los, os EUA e a NATO usaram a força indiscriminada que vitimou muitos civis - também porque eles se distinguem mal dos talibãs

«Mas esta é uma guerra que não podemos perder. Precisamente porque é - e muito mais até que o Iraque - ideológica. Contra um grupo liberticida. Esta é uma guerra pela humanidade


Comentário:

João Marcelino, no curto editorial de hoje do Diário de Notícias, debita meia dúzia de alarvidades que remata pomposamente: "Esta é uma guerra pela humanidade". Marcelino esquece, contudo, alguns pormenores não despiciendos:

a) Washington deu luz verde aos Talibã – Em vez de ter feito soar o alarme pela subida ao poder da milícia islâmica mais fundamentalista, os EUA afirmaram através do porta-voz do Departamento de Estado Glyn Davies, que “não havia nada de objectável às políticas domésticas praticadas pelos talibã”, isto foi afirmado no Middle East International de Outubro de 1996.

«US State Department spokesman Glyn Davies said that there was "nothing objectionable" about the domestic policies pursued by the Taliban.»


b) No «The Tribune» - o plano de construção de um pipeline de gás natural do Paquistão para o Turquemenistão, com passagem pelo Afeganistão. Um negócio em que a Unocal, uma das maiores empresas petrolíferas americanas estava interessada. “Nós vemos a subida ao poder dos talibã, como uma coisa muito positiva”, disse Chris Taggart Vice-Presidente da Unocal (no Observer de Agosto de 98).

«Presumably reflecting contemporary American policy, Unocal’s president, Mr Chris Taggart, was quoted as saying: “If Taliban stabilises the situation in Afghanistan and can gain international recognition, the possibility of constructing the pipeline will be significantly improved.”»


c) E, por falar em Karzai e na UNOCAL, não esquecer que desde meados dos anos de 1990, Hamid Karzai agia como consultor e elemento de pressão da UNOCAL nas negociações com os Talibãs. E ainda que segundo o jornal saudita Al-Watan , “Karzai era agente secreto da Central Intelligence Agency (CIA), a partir dos anos de 1980. Ele colaborava com a CIA, encaminhando a ajuda americana aos Talibãs, desde 1994, quando os americanos, secretamente e através dos paquistaneses, apoiavam as ambições de poder dos Talibãs”.


Portanto, meu bom Marcelino, quando decidir escrever editoriais, tente aprofundar mais a coisa. No entanto, se o objectivo for apenas vomitar merda, meta a cabeça na sanita e puxe repetidamente o autoclismo.

terça-feira, maio 08, 2007

No Iraque, tal como em Portugal, a verba destinada ao investimento evapora-se...

Num caso passado com a administração americana do Iraque, que se teme vir a repetir e Portugal com os dezasseis mil milhões de euros que vão ser enterrados na Ota e nos TGVs, desapareceram 8,8 mil milhões de dólares que serviriam para reanimar a economia iraquiana.

No dia 6 de Fevereiro o Chefe da Coligação no Iraque, Paul Bremer, compareceu perante a Comissão do Congresso norte-americano por não conseguir dar conta do dinheiro. Que aconteceu ao dinheiro Sr. Bremer?

Bremer: Não sei. Os ministérios iraquianos não tinham registos de folhas de pagamento.


O republicano Darrel Issa, entre outros senadores, desvalorizou o assunto:

Darrel: gostaria de esclarecer a Comissão acerca da verdadeira relevância de 12 mil milhões de dólares. Parece certamente muito dinheiro quando falamos em notas de cem transportadas em empilhadoras...


Jon Stewart, do Daily Show, tem mais pormenores:

Vídeo - 5:31m

segunda-feira, maio 07, 2007

O terrível cativeiro de quinze militares britânicos sob o regime de Ahmadinejad

Jon Stewart, do Daily Show, dá-nos, com extraordinário humor, uma imagem pungente do drama vivido pelos quinze militares britânicos enquanto reféns de Ahmadinejad, por alegadamente terem violado águas territoriais iranianas.

Stewart: estou certo que foram submetidos a todo o tipo de horrores. Foram obrigados a usar fatos de treino desirmanados. Tiveram de se entreter com jogos de sala e comer petiscos que se serviam nas festas nos anos oitenta. E foram obrigados a rir com naturalidade...


Vídeo - 2:20m

sábado, maio 05, 2007

Miguel Sousa Tavares - ou eu estou a ver tudo mal ou alguém perdeu o juízo

Texto de Miguel Sousa Tavares - Jornal Expresso - 5 de Maio de 2007

Tenho ouvido técnicos, governantes e até o primeiro-ministro dizerem, em tom científico, que “Portugal não pode ficar fora da rede europeia de alta velocidade”. E ponto final: ninguém lhes pergunta porquê, qual a razão por que não pode. Será uma questão de orgulho nacional, uma exigência de Bruxelas? Porque será que um país como a Suécia - imensamente mais rico, mais desenvolvido, com um sector exportador muito mais forte e até um território muito mais extenso - vive bem sem TGV e nós não?

Mas, enfim, por princípio há que acreditar que quem governa sabe o que está a fazer - até prova em contrário. Para meu espanto, porém, acabo de ler que o governo, através da secretária de Estado dos Transportes, anunciou que um bilhete Lisboa-Madrid no TGV vai custar 100 euros, um preço que ela afirma ser “altamente competitivo, sobretudo face à aviação comercial”.

E o espanto deriva de três razões: primeiro, ficar a saber que o preço visa apenas garantir que a exploração da linha não será deficitária, mas não tem qualquer veleidade de, nem a longuíssimo prazo, conseguir amortizar um euro que seja do imenso investimento público a realizar; segundo, que este preço é mais caro do que o que se pratica para igual distância em todos os países europeus que têm TGV, o que quer dizer que em Portugal, com menor poder de compra, as pessoas pagam, quase sempre, mais caros os serviços públicos - e o próprio governo já assume este absurdo e esta incompetência como uma fatalidade incontornável, mesmo para o futuro; e, finalmente, o que me espanta ainda é constatar que, ao contrário do que diz a secretária de Estado, 100 euros para fazer a ligação de comboio de Lisboa a Madrid é mais caro 20 a 50% do que os preços praticados numa companhia aérea regular e mais do dobro dos preços numa «low cost». E, mesmo assim, não está garantido - antes pelo contrário - que a exploração não resulte em prejuízo.

Em resumo, o governo propõe-se:

a) fazer um investimento público brutal, de que jamais se espera poder amortizar um cêntimo;

b) praticar preços mais caros que serviços congéneres no estrangeiro e mais caros que a concorrência aérea;

c) e, mesmo assim, teme-se que o serviço seja deficitário, porque, muito provavelmente, não haverá procura que o sustente.

Ou eu estou a ver tudo mal ou alguém perdeu o juízo.


Ora, Miguel Sousa Tavares já tinha respondido a si próprio há cerca de um ano e picos:

Miguel Sousa Tavares [Expresso – 07/01/2006]

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos [Ota e TGV], [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita.»

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»

Na imagem, um ilustre elemento do «inner circle» sorri embevecido com a perspectiva de um investimento público de 16 mil milhões de euros, de que jamais se espera poder amortizar um cêntimo.

sexta-feira, maio 04, 2007

Entrevista a um membro da resistência iraquiana



Dahr Jamail, colaborador da GlobalResearch, entrevistou Abu Mohammed representante do Partido Baas e da Resistência Nacional Iraquiana - 2007-04-20

DJ: Os media ocidentais retratam a maior parte da violência do Iraque como se fossem os Iraquianos a matar-se uns aos outros com carros bomba em mercados, etc. Qual é a sua opinião sobre os iraquianos e a violência no Iraque?

AM: Na realidade, desde o começo da ocupação, a resistência iraquiana tem levado a cabo operações contra as tropas americanas e os seus aliados. Iraquianos a matarem-se uns aos outros e a morte de civis é culpa dos invasores porque existem demasiados partidos e todos estes partidos formam milícias. Algumas destas são apoiadas pelos americanos, outras pelos sionistas (Israel) e outras pelos iranianos. Mas o objectivo da resistência iraquiana é acabar com a ocupação americana e de forma nenhuma matar civis.


DJ: Então quem são os responsáveis pela morte de civis?

AM: As milícias e os invasores. As forças de ocupação e as milícias financiadas pelos americanos, as milícias apoiadas pelos americanos, pelos sionistas e pelos iranianos. O objectivo é fazer com que a resistência apareça como a má da fita, imputando-lhe a matança de iraquianos… A resistência iraquiana é uma resistência patriótica que luta pelos iraquianos. Tem muitos grupos de muitos sectores do Islão e não existe apenas numa certa parte do Iraque. Alguns são do Baasistas, outros são Islamistas…


DJ: Quem é que está a subsidiar e a armar a resistência iraquiana?

AM: No Iraque existem muitas armas. O Baas forneceu-as em número suficiente para combater durante os próximos 15 anos. O Iraque é um país rico com pessoas bastante ricas, por isso o financiamento é interno.


DJ: Quais são as exigências da resistência iraquiana?

AM: Nós proclamamos a libertação e a independência, Não fazemos exigências. Temos direitos. Queremos os direitos iraquianos. Exigimos a devolução dos direitos iraquianos. Os direitos do nosso povo incluem entre outros uma reparação total tanto para o Iraque como para os iraquianos, por todos aqueles que foram mortos desde que as sanções começaram em 1991 até hoje. Durante as sanções, 1,7 milhões de iraquianos foram mortos. E, desde que começou a invasão, de acordo com o relatório da Lancet, foram mortos 655,000 e possivelmente um milhão até hoje.


Comentário:

Esta entrevista confirma o artigo: «A falsa insurgência no Iraque».

«... Já foi exposto que os assassinatos e os atentados bombistas são o trabalho dos "esquadrões da morte" sob as ordens do ministério do interior iraquiano, o qual é inteiramente controlado pela CIA

«... Por esta razão, as tácticas da contra-insurgência projectadas para semear discórdia têm de ser fabricadas e envolvem geralmente a criação de uma insurgência falsa pelo serviço de inteligência militar da força invasora

«... Esta insurgência falsa é composta por grupos de milícias armadas que são pagos pelas forças invasoras para atingir e assassinar grupos distintos entre a população, mais uma vez, segundo critérios religiosos, étnicos ou políticos.»

quarta-feira, maio 02, 2007

Jean-Claude Trichet e os quarenta ladrões

Os analistas económicos andam confusos. Não obstante o aumento da massa monetária, actualmente em redor dos 10 %, a inflação continua abaixo dos 2%. Então, porque diabo continua o Banco Central Europeu a subir as taxas de juro e, dessa forma, a aumentar as dívidas das pessoas, das empresas e do Estado?


Domingos Amaral – Diário económico - 2 de Maio de 2007:

"O Banco Central Europeu continua demasiado paranóico com a inflação, descobriu uma nova fonte de aflição chamada “massa monetária”, que segundo o BCE cresce em demasia, e portanto há que conter essa energia desalmada, e a única forma de o fazer é aumentar as taxas de juro. A subida das taxas complica tudo. Complica porque valoriza ainda mais o euro perante o dólar, e complica porque aumenta as dívidas das pessoas, das empresas e do Estado. Com mais dívida a pagar todos os fins de mês, toda a gente faz o mesmo, corta noutro lado. Para manter os filhos bem alimentados e a casa onde se vive, os portugueses fazem o que têm de fazer, ou seja, sacrifícios. Cortam no que é supérfluo. Tal como as empresas, que vivem em permanente sobressalto, sempre em ‘cost-cutting’, e sem libertar fundos para investir."


Miguel Frasquilho – Jornal de negócios - 2 Maio 2007:

"(...) Assim sendo, por que continua o BCE a sua escalada dos juros? Promover o crescimento económico sem pressões inflacionistas não é positivo?"

"Além disto, nota-se também que, apesar de a massa monetária estar a crescer, actualmente, em redor de 10%, a inflação mantém-se abaixo de 2%... nem com a melhor das boas vontades se consegue encontrar uma relação convincente entre estas duas variáveis."

"Tudo leva a que seja difícil de entender o que move o BCE a continuar a subir os juros, como os mercados antecipam e já atrás referi. Não deverá o BCE deixar de utilizar a massa monetária como principal factor para explicar o comportamento da inflação?"


A confusão dos analistas económicos provém da crença de que o Banco Central Europeu tem por missão manter a estabilidade dos preços na zona do EURO. Ora, a missão do Banco Central Europeu é bastante mais prosaica:

O lucro do Millennium BCP atingiu 191 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Os resultados em base recorrente cresceram 16% nos primeiros três meses do ano.

O Banco Espírito Santo divulgou quinta-feira um lucro de 139,8 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 33% que no período homólogo...

O BPI obteve um resultado líquido de 96,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um valor que corresponde a uma subida de 30 por cento face a igual período do ano anterior.

O resultado do Banco Bilbao Viscaya y Argentaria (BBVA) subiu para pouco mais de 1,25 mil milhões de euros, mais 23% no resultado líquido no primeiro trimestre de 2007.

O Banco Santander Central Hispano obteve um resultado líquido de 1,8 mil milhões de euros, no primeiro trimestre do ano. Este valor representa mais 21% que no período homólogo...


Comentário de Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 3 de Fevereiro de 2007:

E que esses lucros colossais [da banca] são, afinal, uma expressão da dependência cada vez maior das famílias e das empresas em relação ao capital financeiro. Daí que, em lugar de aplauso e regozijo geral, o que o seu anúncio provoca é o mal-estar de quem sente que Portugal inteiro trabalha para engordar a banca. Ganha força essa ideia de que os bancos sugam a riqueza do país mais do que a fomentam.


As sanguessugas continuam a sorrir com a perplexidade dos analistas, focados que estão na «estabilidade dos preços»:


terça-feira, maio 01, 2007

Bush viu em directo o embate do primeiro avião no WTC

No site da Casa Branca:

Durante um discurso no centro de convenções em Orlando na Flórida, a 4 de Dezembro de 2001, em resposta a uma criança que lhe perguntou o que é que sentira quando foi informado do ataque terrorista do 11 de Setembro, George W. Bush afirmou que tinha visto, em directo na televisão, o embate do primeiro avião na Torre Norte do World Trade Center:

"Eu estava sentado fora da sala, aguardando o momento de entrar, e vi um avião a atingir a torre – é evidente que a televisão esta ligada. Como eu próprio já fui piloto disse: ora aí está um péssimo piloto. Pensei para comigo que se devia tratar de um acidente horrível."

"I was sitting outside the classroom waiting to go in, and I saw an airplane hit the tower -- the TV was obviously on. And I used to fly, myself, and I said, well, there's one terrible pilot. I said, it must have been a horrible accident."


E depois: "mas fui levado [para a sala] e não tive mais tempo para pensar nisso. Estava então sentado na aula quando Andy Card, o meu secretário-geral que vês ali sentado, entrou e disse-me: «bateu um segundo avião na torre, a América está a ser atacada»."

"Andy Card, my Chief of Staff walked in and said, «A second plane has hit the tower, America is under attack»."


Portanto, de acordo com as suas próprias declarações, o presidente dos Estados Unidos viu as imagens do primeiro embate antes do segundo ocorrer. Mas estas imagens só foram difundidas pelas televisões 13 horas mais tarde. Donde, Bush terá visto imagens secretas do primeiro embate na sala de comunicações protegidas instalada na escola primária antes da sua visita. E se os serviços de informações do EUA conseguiram filmar o primeiro atentado, é porque teriam sido informados dele antecipadamente.


Vídeo – 2:38m