quinta-feira, junho 29, 2006

A Divina Comédia


A 24 de Junho de 2006 a CNN noticiou que sete homens conspiraram para "matar todos os diabos que pudermos", começando por fazer explodir a Torre Sears de Chicago, de acordo com acusações num processo federal.



Outra notícia [via Insurgente] dava conta que:

Dois professores universitários publicaram um estudo afirmando que o programa de humor “Daily Show With Jon Stewart” retira a confiança das pessoas nas instituições políticas e torna os jovens mais cínicos em relação ao governo. [Channel Island]

"The Daily Show Effect: Candidate Evaluations, Efficacy, and American Youth" (pdf)


[Cortesia de Mote para Motim] - Este excerto de vídeo [4:47m], do Daily Show de Jon Stewart, onde ele aborda precisamente a conspiração para destruir a torre de Chicago, desmente categoricamente as afirmações dos dois professores universitários:

quarta-feira, junho 28, 2006

Timor Leste: o golpe que o mundo não percebeu



John Pilger - 22/Junho/2006

Timor Leste, um dos mais novos e mais pobres estados do mundo enfrenta o poder esmagador do seu grande vizinho, a Austrália. O prémio, mais uma vez, é petróleo e gás.


Actualmente a Austrália gosta de se apresentar como um vizinho prestativo e generoso de Timor Leste, depois de a opinião pública ter forçado o governo de John Howard a enviar uma força de manutenção da paz da ONU seis anos atrás. Timor Leste é agora um estado independente, graças à coragem do seu povo e à tenaz resistência dirigida pelo movimento de libertação Fretilin, que em 2001 ganhou o poder político nas primeiras eleições democráticas. Nas eleições regionais do ano passado, 80 por cento dos votos foram para a Fretilin, dirigida pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri, um "nacionalista económico" convicto, que se opõe à privatização e à interferência do Banco Mundial. Um muçulmano secular no país sobretudo Católico Romano, ele é, acima de tudo, um anti-imperialista que enfrenta as exigências ameaçadoras do governo Howard por uma partilha injusta das benesses do petróleo e do gás do Estreito de Timor.

Em 28 de Abril último uma secção do exército timorense amotinou-se, ostensivamente acerca de pagamentos. Uma testemunha ocular, a repórter de rádio australiana Maryann Keady, revelou que oficiais americanos e australianos estavam envolvidos. Em 7 de Maio Alkatiri descreveu os tumultos como uma tentativa de golpe e disse que "estrangeiros e gente de fora" estavam a tentar dividir o país. Um documento escapado da Australian Defence Force revelou que o "primeiro objectivo" da Austrália em Timor Leste é "ganhar acesso" para os militares australianos de modo a que possam exercer "influência sobre os decisores de Timor Leste". Um "neo-con" bushista não teria dito melhor.

A oportunidade para "influenciar" surgiu em 31 de Maio, quando o governo Howard aceitou um "convite" do presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, e do ministro das Relações Exteriores, José Ramos Horta – que se opõem ao nacionalismo de Alkatiri – para enviar tropas para Dili, a capital. Isto foi acompanhado por reportagens tipo "nossos rapazes vão salvar" na imprensa australiana, juntamente com uma campanha de difamação contra Alkatiri como um "ditador corrupto". Paul Kelly, antigo editor-chefe do Australian de Rupert Murdoch, escreveu: "Isto é uma intervenção altamente política ... a Austrália está a operar como uma potência regional ou um hegemonista político que modela a segurança e o porvir político". Tradução: a Austrália, tal como o seu mentor em Washington, tem um direito divino a mudar o governo de um outro país. Don Watson, redactor dos discursos dos antigo primeiro-ministro Paul Keating, o mais notório apologista de Suharto, incrivelmente escreveu: "A vida sob uma ocupação assassina pode ser melhor do que a vida num estado fracassado..."

Ao chegar com uma força de 2000 homens, um brigadeiro australiano voou de helicóptero directamente para o quartel general do líder rebelde, major Alfredo Reinado — não para prendê-lo pela tentativa de derrubar um primeiro-ministro democraticamente eleito, mas para cumprimentá-lo calorosamente. Tal como outros rebeldes, Reinado foi treinado em Camberra.

O comandante Alfredo Reinado, guardado por simpáticos soldados australianos, num hotel das montanhas, à beira-mar, de onde comanda a "revolta" contra Alkatiri.

Cortesia do Arrastão


Dizem que John Howard ficou agradado com o título de "vice-xerife" do Pacífico Sul, atribuído por George W. Bush. Recentemente ele enviou tropas para reprimir uma rebelião nas Ilhas Salomão, e oportunidades imperiais acenam em Papua Nova Guiné, Vanuatu e outras pequenas nações insulares. O xerife aprovará.

segunda-feira, junho 26, 2006

José Cutileiro - a propaganda do Pentágono no Expresso II



Expresso – 24-6-2006

José Cutileiro na sua crónica «No Mundo dos Outros», lamenta amargamente a desconfiança que os europeus nutrem pelo governo dos Estados Unidos, que chegam a considerar mais perigoso que o Irão, e relembra pela enésima vez que a nossa segurança passa pelas mãos de Bush:

"Quanto a segurança. Um pilar insubstituível é a aliança com os Estados Unidos; um passo estratégico necessário será acolher a Turquia na União. Mas ingleses, franceses e espanhóis consideram os Estados Unidos um perigo maior para a paz mundial do que o Irão - e resistência popular à adesão da Turquia cresce em vários países. A luta continua."



Comentário:

Não se entende muito bem o espanto de José Cutileiro. Ele próprio, nesta coluna do Expresso, a 24 de Setembro de 2005, referia que:

"um terço dos alemães com menos de 30 anos acredita que Washington preparou os ataques de 11 de Setembro de 2001..."


E, como se já não bastasse a suspeição de alemães, ingleses, franceses e espanhóis pelo governo americano, vem agora juntar-se, imagine-se, a própria população americana:

Uma Sondagem levada a cabo pela Zogby International em Novembro de 2005 nos Estados Unidos revelou que 30% dos americanos acreditam que 19 árabes não podiam ter levado a cabo os atentados terroristas do 11 de Setembro sozinhos, e que alguns funcionários governamentais e outros cidadãos americanos estiveram activamente envolvidos nos atentados.

"A luta continua", assevera o indómito Cutileiro.

domingo, junho 25, 2006

Nil, Nil – zero a zero – O niilismo do futebol pelo prisma neoconservador.

Por Frank Cannon & Richard Lessner - Weekly Standard - 23 de Junho de 2006

The nihilism of soccer: The more you look, the less there is to see.

(No Guardian - A revista Weekly Standard, cujo editor é William Kristol, é considerada a bíblia e a caixa de ressonância do movimento neoconservador americano.)


O jogo histórico [dos Estados Unidos] com a Itália acabou com empate épico de 1 - 1. Mas naquele que foi considerado um dos melhores jogos já efectuados pela equipa Americana, os Estados Unidos não conseguiram marcar. O golo dos americanos foi marcado por um jogador da equipa contrária que acidentalmente marcou na própria baliza.

Pensem nisto por um momento. Resume tudo o que é preciso saber acerca do “soccer”, ou futebol, como é conhecido noutros lados.

“Soccer” é o jogo perfeito para um mundo pós-moderno. É a mais refinada expressão do niilismo que prevalece em muitas culturas, a qual é indubitavelmente responsável pela sua popularidade na Europa. O “soccer” é um absurdo, um jogo sobre nada, desporto como sensação.

Na realidade, o “soccer” poderia mesmo ser jogado sem nenhuma bola, e poucos notariam a diferença. O jogo consiste em 22 homens a correr para a frente e para trás num campo relvado durante 90 minutos sem quase nada acontecer com os fãs a gritar como loucos. Normalmente o “soccer” são apenas tipos a correr sem nenhum objectivo, uma metáfora para uma vida sem sentido.

Não obstante os esforços heróicos dos esquerdistas suburbanos, e do exagero do publicidade do campeonato do mundo, o “soccer” nunca se tornará popular na América. Nenhum jogo que procura atingir objectivos de tão pouca importância pode ocupar a atenção do americano médio. O nosso país terá ainda de sucumbir ao niilismo, ao existencialismo ou anarquia que atacou a Europa. Um jogo sobre nada, no qual marcar é uma casualidade, tem um interesse reduzido para americanos que ainda acreditam que o mundo faz sentido, que a vida tem mais significado e estrutura, que existir não é um fim em si mesmo.

Qualquer jogo que proíba a utilização das mãos é anti-natural. Polegares opostos permitem aos humanos segurar coisas. É por isto que os jogos humanos implicam segurar coisas como bastões de basebol, tacos de golfe e sticks de hóquei, ou segurar e lançar objectos como uma bola ou um disco.

O “soccer” nega aos seus jogadores a habilidade humana mais básica. O jogadores não podem apanhar ou lançar a bola com a mão. Mas pode cabeceá-la. Se alguém se pusesse a inventar um jogo fundamentalmente contrário à natureza humana, inventaria o “soccer”. Coloca a cabeça e o cérebro em perigo constante, e proíbe o usos das mãos. O “soccer” nega aos seus praticantes os verdadeiros atributos do ser humano. O “soccer” parece um jogo mais apropriado para quadrúpedes idiotas do que para seres humanos.



Comentário:

Os rapazes da revista neoconservadora Weekly Standard mostraram-nos, de forma brilhante, o quanto esta Europa está à deriva, sem rei nem roque, sem um objectivo claro (como a guerra ao terrorismo) ou um propósito definido. E o nosso “soccer”, símbolo máximo da descrença e da vanidade, constitui uma excelente metáfora para este niilismo que nos submergiu.

No entanto gostava de perceber porque é que os americanos usam a palavra football, que resulta da concatenação das palavras foot (pé) e ball (bola), para designar um jogo fundamentalmente jogado com as mãos. Quem terá sido o quadrúpede que se lembrou de tal coisa?

sábado, junho 24, 2006

Uma piada neoconservadora





Esta piada foi-me enviada por um amigo pela internet.


George Bush vai a uma escola do ensino secundário dar uma conferência sobre a sua política. Após o discurso, Bush diz às crianças que lhe podem perguntar o que quiserem. Um menino levanta a mão. Bush pergunta-lhe o nome:

- O meu nome é Bob.

- E qual é a tua pergunta, Bob?

- Tenho 3 perguntas:

- 1) Por que é que os EUA invadiram o Iraque sem o apoio da ONU?

- 2) Por que é que o senhor é presidente se Al Gore teve mais votos do que o senhor?

- 3) O que é que aconteceu com Bin Laden?


Quando Bush se preparava para responder à pergunta, o sinal do recreio tocou. Bush disse às crianças que continuaria depois do recreio. Quando acaba o recreio, Bush pergunta:

- Onde estávamos? Ah, sim! Estávamos nas perguntas. Alguém quer perguntar alguma coisa?


Outro menino levanta a mão. George pergunta-lhe como se chama:

- O meu nome é Steve.

- E qual é a tua pergunta, Steve?

- Tenho 5 perguntas:

- 1) Por que é que os EUA invadiram o Iraque sem o apoio da ONU?

- 2) Por que é que o senhor é presidente se Al Gore teve mais votos do que o senhor?

- 3) O que é que aconteceu com Bin Laden?

- 4) Por que é que o sinal do recreio tocou 20 minutos mais cedo?

- 5) Onde está o meu colega Bob?


Moral da história:

"You never know what your history is going to be like until long after you're gone." — George W. Bush, Washington, D.C., May 5, 2006

quinta-feira, junho 22, 2006

As televisões americanas reportaram em directo as explosões responsáveis pela implosão do WTC

A 11 de Setembro de 2001, enquanto as torres do World Trade Center se mantinham ainda de pé após o embate dos aviões, as televisões, Fox News, NBC e outras, reportaram em directo as explosões que estavam a acontecer dentro dos edifícios. Estas imagens nunca mais voltaram a passar nas televisões norte-americanas.

Bombeiros dão também conta das explosões que ouviram e falam das detonações sucessivas enquanto os edifícios implodiam.


Vídeo – 4:14m

quarta-feira, junho 21, 2006

Cherne de rabo na boca

Diário Digital / Lusa - 21-06-2006

Durão: Ocidente pode perder a alma na luta contra terrorismo

O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, considerou que o Ocidente se arrisca a «perder a sua alma» na guerra contra o terrorismo, declarações que antecedem a cimeira de hoje entre Washington e UE.

«Estamos empenhados na luta contra o terrorismo, mas se suprimíssemos os direitos civis e liberdades cívicas devido à nossa luta contra o terrorismo, então a vitória seria dos terroristas», afirmou Barroso em entrevista publicada no International Herald Tribune.

«Pensamos que a atitude moral que temos de adoptar no âmbito da luta contra o terrorismo não deve ser posta em causa por um qualquer vazio ou uma qualquer ruptura a nível do respeito pelos direitos humanos», afirmou Barroso, numa outra entrevista ao Financial Times, também hoje publicada.

Paralelamente a estas criticas, Barroso congratulou-se (na entrevista ao Financial Times) com a «clara melhoria de relações entre a UE e os Estados Unidos», nomeadamente sobre o dossier nuclear iraniano.

«Estamos gratos pelo apoio dos Estados Unidos à diplomacia europeia relativamente ao Irão», adiantou Barroso.



Comentário:

No entanto, há muito que o Cherne vendeu a alma ao diabo:

Em entrevista ao SEMANÁRIO, Daniel Estulin, que investiga o clube de Bilderberg há treze anos, fala sobre os portugueses que têm participado nas suas reuniões, na crise política de 2004 em Portugal e da influência de Bilderberg na escolha de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. Estulin diz que as suas fontes lhe confirmaram que Henry Kissinger, um membro permanente de Bilderberg, terá dito o seguinte sobre Durão: é "indiscutivelmente o pior primeiro-ministro na recente história política. Mas será o nosso homem na Europa."

Ei-lo, por terras açorianas, na companhia dos obreiros da «Guerra ao Terror», dias antes de começarem a tratar do "dossier iraquiano":

terça-feira, junho 20, 2006

45% dos Nova-Iorquinos acredita no envolvimento do governo no 11 de Setembro de 2001



Sondagem levada a cabo pela Zogby International de 28 a 29 de Novembro de 2005 na área metropolitana de Nova Iorque sobre os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001. A amostra consta de 605 entrevistas com cerca de 14 perguntas. A percentagem da margem de erro é de mais ou menos 4.1%. Seguem-se três das mais interessantes questões:


6 – Há quem defenda que alguns funcionários governamentais americanos sabiam antecipadamente que atentados tinham sido planeados para 11 de Setembro de 2001, e que falharam deliberadamente na resposta a dar. Concorda ou discorda?

Concorda - 45%
Discorda - 39%
Não sabe - 16%


7 – Há quem defenda que 19 árabes não podiam ter levado a cabo os atentados terroristas do 11 de Setembro sozinhos, que alguns funcionários governamentais e outros cidadãos estiveram activamente envolvidos. Concorda ou discorda?

Concorda - 30%
Discorda - 56%
Não sabe - 14%


8 – Como é que considera que os meios de comunicação trataram os acontecimentos do 11 de Setembro? Não acredita em nada do que disseram, pensa que a maior parte é desinformação, pensa que é metade desinformação metade verdade, ou pensa que é tudo verdade?

Não acredita em nada - 6%
A maior parte é desinformação - 6%
É metade desinformação metade verdade – 42%
A maior parte é verdade - 37%
É tudo verdade - 6%
Não sabe - 4%


Conclusão:

Não obstante barragens sucessivas de mentira e desinformação por parte dos media, a verdade vai emergindo paulatinamente.

domingo, junho 18, 2006

"V for Vendetta" e o 11 de Setembro

A Inglaterra é liderada por um governo fascista. O povo está apático e não consegue contrariar a ordem das coisa. É aí que entra em acção um “herói” conhecido por V, que tenciona derrubar o regime, nem que para isso tenha de agir como um terrorista.

No Mote para Motim

Um pequeno vídeo (7:15 m) que traça um paralelo entre o filme e a realidade:



Baseado na novela gráfica criada por Alan Moore e David Loyd, “V for Vendetta” segue a história de um homem que se levanta contra um regime totalitário e tenta despertar toda uma população para o acto libertador que procura executar.

Porém o conceito “Vendetta” é só por si indicador de que esta não é uma jornada colectiva, tratando-se mais de uma espécie de vingança personalizada. Por vezes o conceito dilui-se, e “V” age mais como um “Punisher” que outra coisa. Isto já não é vingança, é castigo.

Assim, percorremos uma Inglaterra governada por um tirano colorido com os tons do nazismo e um discurso que faz lembrar Bush. Esse regime subsiste devido àquilo que Michael Moore definiu em “Fahrenheit 911 ” como a cultura do medo, algo que nos acompanha desde muito novos.

Nos tempos que correm, e em termos políticos, isso acentua-se cada vez mais. O World Trade Center veio abaixo e o mundo mudou. Ninguém tem dúvidas disso. O medo agora são os terroristas, as armas biológicas e de destruição maciça. Por causa delas, o regime talibã caiu, o iraquiano também e a seguir será o Irão visado com uma guerra. As liberdades individuais perderam-se e vivemos tempos de escutas, investigações de passados e amizades.

Não há dúvidas que esta nova face do terrorismo, que tem como máscara um Bin Laden, levou os dirigentes mundiais a contornarem os seus princípios. As liberdades individuais foram substituídas por pensamentos conjuntos, sempre a bem da sociedade – mesmo que ela esteja contra isso, pois o sentido democrático, actualmente, cada vez se restringe mais a uma votação de quatro em quatro anos.

O sujeito perde-se no meio da multidão. Mas quando todo o mundo está errado, então todo o mundo está certo. A apatia apodera-se das pessoas, cada vez com menos tempo para tudo e fartas de constantes desilusões políticas. Quando um apático vê a sua segurança em causa, qualquer decisão em torno desta torna-se mais fácil de aceitar.

Porém, essa apatia é reversível.

sábado, junho 17, 2006

José Cutileiro - a propaganda do Pentágono no Expresso



Expresso – 17-6-2006

José Cutileiro na sua crónica «IN MEMORIAM», faz uma biografia completa de Al-Zarqawi inteiramente dedicada ao terrorismo e remata de forma bucólica:

"Apesar do fanatismo, al-Zarqawi não tinha estudos religiosos - ou quaisquer outros. Nascido no ramo pobre de uma tribo desafogada de beduínos da Jordânia, deixara cedo a escola secundária e tivera um resto de adolescência delinquente. Como outros rapazes muçulmanos ociosos da altura começara a sua guerra santa atacando os russos no Afeganistão (pago por dinheiro americano) e continuara-a depois contra o Ocidente, regimes árabes moderados e (no seu caso) xiitas. Na carreira do crime demonstrou grandes dotes, conseguiu coordenar e inspirar vários grupúsculos no Iraque e Washington oferecia pela sua cabeça 25 milhões de dólares - exactamente o mesmo que oferece pela de Bin Laden."

"Não se sabe ainda se a sua morte foi um passo importante a caminho do fim do terrorismo no Iraque. Deste lado do mundo, só podemos olhar para ela com satisfação. «Quem trate da mesma maneira amigos e inimigos incitará repúdio da sua amizade e desprezo pela sua inimizade», escreveu o pensador árabe Ibn Hazm, que morreu em 1064."



Comentário:

É pena que Cutileiro não conheça Michel Chossudovsky. Porque este defende uma tese ligeiramente diferente:

Os serviços de informações dos Estados Unidos criaram as suas próprias organizações terroristas. E ao mesmo tempo, criaram os avisos terroristas que eram lançados pelas organizações terroristas que eles próprios criaram. No seguimento disto, desenvolveram um programa anti-terrorista de milhares de milhões de dólares para perseguirem essas organizações terroristas.

Contra-terrorismo e propaganda de guerra estão entrelaçados. O aparelho de propaganda fornece desinformação aos meios de comunicação social. Os avisos terroristas devem parecer genuínos. O objectivo é apresentar os grupos terroristas como inimigos da América. O verdadeiro objectivo é galvanizar a opinião pública em suporte da agenda de guerra americana.

quinta-feira, junho 15, 2006

Michael Berg - Saddam Hussein não é pior que George Bush

Blake Fleetwood - Huffington Post - 8 de Junho de 2006

A 8 de Junho de 2006 (há uma semana atrás), Soledad O'Brien, pivot da CNN, conduziu uma entrevista incrível com Michael Berg, o pai de Nick Berg, que foi alegadamente decapitado por Al-Zarqawi. Mas a parte mais interessante e preocupante da entrevista foi cortada das emissões posteriores da CNN. A CNN considerou as palavras de Michael Berg demasiado provocadoras para serem colocadas no ar:

BERG: Democracia [no Iraque]? Deixe-se disso. Não se pode acreditar que existe lá uma democracia quando as pessoas que dirigem as eleições estão armadas. Isso não é democracia.

SOLEDAD O'BRIEN: Há uma teoria que defende que há medida que eles vão tentando formar algum tipo de governo, este processo será brutal, sangrento, vão haver perdas de vidas humanas e essa é a história de muitos países, e que haverá muita gente que sente que o preço a pagar será sempre melhor do que aquilo que tinham no tempo de Saddam Hussein.

BERG: Bem, eu não estou a dizer que Saddam Hussein era um homem bom, mas ele não é pior que George Bush. Saddam Hussein não carregava no gatilho, não cometia violações. George Bush também não, mas os dois homens são responsáveis por eles sob os seus reinados de terror.

O Iraque não tinha a Al-Qaeda lá. A Al-Qaeda supostamente matou o meu filho. No tempo de Saddam não havia Al-Qaeda. Com Bush há Al-Qaeda. No tempo de Saddam havia uma estabilidade relativa. Com Bush há instabilidade. No tempo de Saddam morriam cerca de 30 mil pessoas por ano. Com Bush há 60 mil mortes por ano.

Não entendo. Porque é que é melhor ter George Bush como rei do Iraque em vez de Saddam?


Vídeo: 6:01m - Cortesia dos Crooks and Liars

terça-feira, junho 13, 2006

Planeadas actividades provocatórias contra a equipa iraniana


Autoridades alemãs temem incidentes no Mundial

Expresso Online 12 Junho 2006 16:05 - Maria Luiza Rolim

No momento em que o Presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, se prepara para uma eventual visita à Alemanha durante o Mundial 2006, as autoridades alemãs receiam que agentes iranianos aproveitem o Mundial de Futebol para provocar incidentes. Segundo a edição de hoje do «Bild» - considerado o maior tablóide alemão - os serviços secretos franceses terão avisado as forças de segurança germânicas de que estariam planeadas actividades provocatórias contra a própria equipa iraniana.

De acordo com esta advertência, a provocação teria alegadamente por objectivo desacreditar os iranianos oposicionistas de Ahmadinejad, que vivem na Alemanha.

«A possibilidade de agentes iranianos provocarem acções contra a sua própria selecção nacional durante o Mundial de Futebol tem de ser tida em conta», declarou ao Bild o ministro do Interior da Baviera, Guenter Bekcstein.

A alegada ameaça transpira na semana em que Portugal enfrenta o Irão - o embate entre as duas equipas decorre no próximo sábado - e nas vésperas do jogo entre os angolanos e iranianos, marcado para o dia 21.


Comentário:

Se algo mais grave acontecer à selecção iraniana do que a derrota no jogo com Portugal podemos ter a certeza de que há outra equipa no grupo e que se especializou há muito nas chamadas "Black operations" - exactamente o tipo de táctica descrita na notícia supra.

segunda-feira, junho 12, 2006

Democracia Europeia versus «Democracia Americana»

Neste vídeo imperdível, Jon Stewart do Daily Show mostra-nos como os debates podem ser radicalmente diferentes na Inglaterra de Blair e na «controlada» América de Bush.

Num debate em Inglaterra uma espectadora ataca Blair: "pode não ter sido fraudulento, mas foi negligente e devia retirar-se."

Num debate nos Estados Unidos uma espectadora ataca Bush: "estou muito feliz que seja o meu presidente."


Vídeo - 4:00m

sábado, junho 10, 2006

Cobardia ou coragem?


A 7 de Junho de 2006, o primeiro tenente Ehren Watada tornou-se no primeiro oficial a declarar publicamente a sua recusa em obedecer à ordem para ir para o Iraque. O primeiro tenente Watada afirmou numa conferência de imprensa em Tacoma, no estado de Washington, que "A guerra no Iraque é de facto ilegal. È minha obrigação e meu dever recusar ordens para participar nesta guerra. Uma ordem para participar numa guerra ilegal é ilegal em si mesma. Portanto a minha obrigação é não obedecer à ordem para ir para o Iraque".

Mencionando "mentira e manipulação... e conduta imprópria deliberada levada a cabo pelos mais altos níveis da minha cadeia de comando", Watada declarou que "não havia maior traição ao povo Americano" que a guerra com o Iraque.

O «momento decisivo» para Watada chegou quando "viu a dor e o sofrimento de tantos soldados e das suas famílias, e de Iraquianos inocentes. Presto um melhor serviço aos meus soldados declarando-me publicamente contra ordens ilegais dos mais altos níveis da minha cadeia de comando e garantir que os nossos líderes sejam responsabilizados. Watada sentiu que "tinha a obrigação de dar um passo em frente e fazer o que fosse preciso", mesmo que isso signifique enfrentar o tribunal marcial e a prisão.

quinta-feira, junho 08, 2006

Al-Zarqawi - O fim de um mito

O PortugalDiário de hoje, 08/06/2006, às 14:52 horas noticiava:

Al-Zarqawi «já não pode assassinar mais», diz Bush

O presidente norte-americano, George W. Bush, declarou hoje que a morte de Al-Zarqawi representa uma vitória na luta contra o terrorismo já que é um «duro golpe» para a Al-Qaeda.

Assinalando que o terrorista jordano «levou a cabo uma campanha de atentados com carros armadilhados, de assassínios e de ataques suicidas, na qual morreram numerosos militares norte-americanos e milhares de civis iraquianos», Bush salientou que Al-Zarqawi «já não pode assassinar mais», declarando-se orgulhoso do «profissionalismo» das forças norte-americanas e iraquianas.

O Presidente norte-americano disse ter felicitado o primeiro-ministro iraquiano por telefone após ter conhecimento da morte do terrorista, mas alertou que «a violência vai prosseguir no Iraque», apelando à «paciência dos norte-americanos».



E duas horas e meia depois, às 17:28 horas o mesmo PortugalDiário noticiava:

Conheça o novo líder da Al-Qaeda

O porta-voz do exército norte-americano, general William Caldwell, comunicou aos jornalistas que «o candidato mais provável à sucessão de Al-Zarqawi é um dos seus lugares-tenentes próximos, o egípcio Abu al-Masri».

O general William Caldwell afirmou esperar para os próximos dias uma vaga de ataques terroristas, cujo objectivo será precisamente demonstrar a plena capacidade operacional da Al-Qaeda no Iraque.

«A morte de um homem - e de alguns dos seus principais lugares-tenentes - não significa o fim da insurreição, (...) até porque Al-Zarqawi devia ter designado um sucessor», referiu.



Comentário:

Esta nomeação de Abu al-Masri, “o egípcio”, para substituir o malogrado Abu Al-Zarqawi, “o jordano”, à frente da Al-Qaeda no Iraque, constituiu para mim uma surpresa. Estava convencido que homens como Suleyman Bugheith, “o zarolho”, Zugam Abderrahim, “o corno”, ou Khaled Madani, "o marreco”, estariam melhor posicionados para a sucessão.

terça-feira, junho 06, 2006

Para Bush, o Irão não é o Iraque

Neste pequeno clip de vídeo do programa humorístico de Jon Stewart assiste-se a uma viagem de Bush à Europa em Fevereiro de 2005. Entre as palavras sempre brilhantes de Bush ouvem-se pérolas como esta:

"Esta ideia de que os Estados unidos se preparam para atacar o Irão é um disparate! Mas as opções estão todas em aberto!"


Vídeo – 2:34m

O Terror chegou ao Canadá



Enviado por um amigo canadiano (EN):

Ouvido hoje aqui nos noticiários das estações de TV canadianas (é extraordinário como estes glorificados profissionais da faladura mediática de repente adoptam uma expressão severa e um tom de voz tão marcial como se realmente tivessem sido investidos - leia-se, mobilizados - na missão de soldados de primeira linha na luta contra o terror mundial... o que provavelmente não deve andar longe da realidade, isto é: ou representam bem o papel que lhes atribuíram ou então já sabem onde fica a porta).

A repetição de um novo slogan adoptado pelos americanos desde o passado fim de semana depois da história dos terroristas de Toronto ter sido publicada e que é muito revelador: and all this only proves that our major security threats may come from within (e isto só prova que as maiores ameaças à nossa segurança são internas). Eureka! Afinal o perigo terrorista da al-Qaeda parece estar-se a desvanecer e agora o importante é manter o público suficientemente apavorado de maneira a que este aceite e até peça que sejam tomadas drásticas medidas de segurança contra o mais próximo terror interno, mesmo que isso envolva restrições nos chamados (em breve talvez considerados como quase medievais) direitos cívicos.

Claro que esta linha hiperbólica precursora do estado de paranóia colectiva poderá não andar muito longe da realidade se tomar em linha de conta que os "entendidos" sabem muito bem que os riscos internos são mesmo reais se comparados com os da famigerada criação al-Qaeda. A diferença poderá estar apenas em quem na realidade são os agentes da indústria... E com isto vou decidir calar-me acerca destas histórias antes que algum "indiscreto" me chame impertinente ou algum outro nome feio que eu ache insultuoso para os meus 75 anos de vida como jovem cidadão de consciência.

domingo, junho 04, 2006

Iraque - fabricar uma insurgência, que é, ela própria, uma fabricação

Com dois dias de intervalo chegam-nos fotografias e vídeos de duas chacinas de civis no Iraque – Haditha e Ishaqi – quando sabemos ser tão raro que alguma informação saia cá para fora sem a autorização estrita do Pentágono. Faz-nos vir à memória as milhares de fotografias sobre a tortura praticada na prisão de Abu Ghraib que vieram a público sem ninguém perceber muito bem como.


O massacre de Haditha:




Uma investigação criminal, levada a cabo pelo Pentágono, conclui que no dia 10 de Novembro de 2005, 24 civis foram mortos por um pequeno grupo de marines no decorrer de uma operação que durou aproximadamente cinco horas. Os factos vieram a público graças a um vídeo feito por um jovem sobrevivente do massacre que o enviou para a revista Time em Março.

As imagens mostram os corpos das vítimas, entre as quais se encontravam mulheres e crianças pertencentes a duas famílias que foram assassinadas em suas casas a sangue frio.

Tudo aponta para mais um caso de abusos por parte do exército norte-americano. O congressista democrata John Murtha, numa entrevista televisiva não escondeu o seu descrédito em relação à seriedade da administração Bush. "Não sabemos até onde é que isto vai em termos de hierarquia, será até ao general Pace. Quando é que ele tomou conhecimento disto? Será que ordenou a omissão do caso? Não acredito que o tenha feito, mas quem é que o fez? Não vamos falar disso, nem sequer vamos investigar."



O massacre de Ishaqi:




A rede de TV britânica BBC exibiu a 1 de Junho de 2006 imagens de corpos de vários adultos e crianças iraquianos que, segundo a polícia local, integravam um grupo de 11 civis executados por tropas americanas em Março passado.

O relatório da polícia iraquiana afirma que as tropas americanas cercaram a casa e mataram deliberadamente as 11 pessoas que estavam no local, incluindo cinco crianças e quatro mulheres, antes de fazer explodir a residência.


Comentário:

Estes dois massacres, infelizmente bem verdadeiros, foram executados "para a fotografia". Tal como em Abu Ghraib, destinam-se a “revitalizar a sede de vingança” do «mundo muçulmano» contra o «Ocidente». O que faz prever novos ataques de retaliação da Al-Qaeda. Al-Qaeda que, como estamos fartos de saber, é uma criação da CIA.



quinta-feira, junho 01, 2006

Jon Stewart - a administração Bush e a política do medo

Neste curto clip de vídeo, Jon Stewart desmonta magistralmente a manipulação pelo medo levada a cabo por Bush e Cheney, imediatamente antes das eleições de Novembro de 2004.

Num discurso a 19 de Outubro de 2004, a 13 dias das eleições americanas, George Bush afirma que “o povo rejeitará a política do medo e votará numa política de esperança.”

Nesse mesmo dia, noutro local, o vice-presidente Dick Cheney assegura que os terroristas se preparam para um novo ataque que pode ser químico, biológico ou nuclear.

Jon Stewart conclui dizendo: “a vossa política de esperança faz-me borrar as calças!”


Vídeo - 42 segundos: